"Um blog que discorre sobre cristianismo, apologética, cinema e outros assuntos desinteressantes..."



segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

[Cinema 2012] O HOBBIT - UMA JORNADA INESPERADA

(The Hobbit - An Unexpected Journey, Peter Jackson, EUA/NZ, 2012)


Fazer uma prequel é uma tarefa dificílima, até mais do que fazer uma sequencia. Além das dificuldades intrínsecas a todo e qualquer filme, quem se aventura a rodar um prólogo de uma história posterior que fez história, tem que lidar também como uma série de limitações tais como a ausência de um fator surpresa – já que a trama toda está desenrolada na história posterior que já é de conhecimento de todos; a possível falta de uma narrativa tão empolgante, uma vez que a prequel serve apenas para explicar como se chegou na história posterior que, como já dito, já é de conhecimento de todos; a impossibilidade de superar o que já foi feito, pela soma dos outros fatores acima expostos; e tantas outras questões que um diretor precisa enfrentar quando se vê diante de tamanho desafio.

Peter Jackson resolveu encarar o mesmo vale desértico que George Lucas encarou no início da década passada – e como Lucas, está sofrendo a ira dos fãzóides, da crítica, enfim, de todos aqueles que outrora o colocaram num pedestal.

Contudo, após conferir este que é o pontapé inicial em uma nova trilogia, constatei que a maioria dos argumentos usados contra o filme não se sustentam e são "mimimi" de gente que esperavam um novo Senhor Dos Anéis, esquecendo-se (ou deliberadamente ignorando) das limitações inerentes à toda e qualquer prequel - e já experimentadas por todos desde 1999 quando um certo diretor barbudo resolveu retomar uma saga excepcional e foi crucificado (e o é até hoje). Minha única crítica com relação ao filme é o fator "bolo fofo", o filme é mais curto que os outros, mas parece mais longo. Há cenas ali que parecem coisa de uma versão estendida, não deveriam nunca ter ido parar na versão final, como se Jackson quisesse mesmo chegar no limite das 3 horas, mas sem ter muita história para preencher todo esse tempo. E o filme deve ser visto em HFR 3D. Tem cenas ali que penso ser extremamente difícil funcionarem em 24fps. O nível de realismo é impressionante. Mais impressionante mesmo é ver o tanto de gente chiando do tal realismo. Ora, não tem sido justamente essa a busca incessante de tantos viewers quando vão assistir filmes? De que eles sejam o mais “real” possível? Tá aí, engulam “O Hobbit”.

Apesar de ter gostado bastante do filme – e Jackson oferece elementos de sobra para tanto, abusando de seus travellings e daqueles planos que só ele sabe fazer em seus filmes, se me perguntarem se comprarei o filme quando ele chegar ao home vídeo a resposta, hoje, é “NÃO SEI”... O que será que isso significa?

4/5

domingo, 30 de dezembro de 2012

[Cinema em Casa] STAR WARS - EPISÓDIO I: A AMEAÇA FANTASMA

(Star Wars - Episode I: The Phantom Menace, George Lucas, EUA, 1999)

Nota 1: texto escrito em 2009, quando revi o filme em seu aniversário de 10 anos. Não mudou nada agora na revisão com o blu-ray.

Nota 2: o texto também vale para a versão 3D do filme, lançada em fevereiro deste ano, mas por causa da conversão horrorosa para o formato, não tive saco para postar, nem para descer a lenha.

Episódio I é um daqueles filmes que gera sentimentos conflituosos mesmo em quem gosta do filme. Comigo não é exceção. Há muitas coisas fantásticas em A Ameaça Fantasma e outras que não são. Os primeiros 20 minutos são um porre. É Star Wars, mas parece dirigido por alguém que não tem a mínima idéia do que é Star Wars, nenhuma familiaridade com aquele universo. É Lucas estranhando seu próprio habitat natural ou vice-versa. Ok, tem cenas de ação bacanas, visual lindo na cidade gungan, uma trama que, em tese, deveria empolgar, mas tudo parece trôpego, sem ritmo, mostrando um Lucas cheio de teias de aranha, que parece ter parado no tempo, sendo que este prólogo enfadonho é fundamental não só para se entender o filme, mas também montar as bases de todas as traições e maquinações que tomariam conta desta nova trilogia. Se o filme fosse apenas esses 20 minutos, eu daria razão aos detratores.

Porém, a coisa muda quando Anakin entra na história. Ali, Lucas de fato está em casa. Minto, a coisa muda antes, quando chegamos em Tatooine. Ali sim percebe-se Lucas e a sua criação em fina sintonia. Os diálogos estão melhores aqui, há momentos fantásticos e tocantes. Ali, todo o aparato tecnológico e toda técnica avançada na questão dos efeitos está a serviço da narrativa, daquela coisa gostosa de sermos tirados deste mundo e levados para outro lugar distante, que é, em última instância, o objetivo de toda e qualquer obra cinematográfica. Quando o filme deixa Tatooine fica a sensação de que o filme vai descambar de novo, mas ao que parece, Lucas recarregou as baterias em Tatooine e toda a trama de impostos elevados, bloqueios e tramas políticas começa a ganhar uma forma mais interessante, culminando no explosivo terceiro ato, onde Lucas mostra mais uma vez que é mestre em editar várias subtramas paralelas criando suspense, onde o diretor revisita um de seus temas, ao contemplar a morte do herói, mostrando que em seus filmes os personagens não estão protegidos por nenhuma regra e tudo pode acontecer a eles. Tudo remontando àqueles grandes filmes e seriados de aventura do passado que influenciaram Lucas, Star Wars e Indiana Jones.

A coisa só não é perfeita por causa de um certo gungan do inferno e suas gracinhas inconvenientes. Por causa dos problemas citados, Episódio I é manifestamente o elo fraco da saga inteira. Mas hoje, 10 anos depois de seu lançamento, o filme sobrevive graças aos seus predicados (que não são poucos) e seu lugar garantido como parte da maior saga cinematográfica da história.

(revisto em Blu-ray)

4/5

sábado, 29 de dezembro de 2012

[Cinema 2012] FRANKENWEENIE

(idem, Tim Burton, EUA, 2012)


Tim Burton estava devendo um filme realmente decente há um tempo. Desde o confuso “Alice No País das Maravilhas” (2010) que o diretor parece não visualizar o seu alvo, que dirá acertá-lo – sim, eu gosto do controverso “Sweeney Todd” (2007) e não, não acho que a parceria com Johnny Depp já passou do ponto. Tudo bem que este ano ele voltou com o bacana “Sombras da Noite”, mas ainda assim, está distante dos seus dias de glória, já que a última vez que os viu foi com o lindo, suave e sombrio “Noiva Cadáver” (2005).

E é justamente o gênero animação que traz o diretor de volta aos trilhos, ou pelo menos, pavimenta o caminho de volta. Não é estranho notar que em 2005, Burton também lançou dois filmes, o já citado “Noiva” e o excepcional “A Fantástica Fábrica de Chocolates”.

Assim, o cara lança este “Frankenweenie”, uma revisão de um curta metragem seu feito para a conclusão do curso de cinema, lá no começo dos anos 80 e fala de morte tanto quanto "Noiva Cadáver".

E somente mesmo Tim Burton para lançar um desenho em preto e branco, com animação stop-motion e em 3D.

Fosse só a parte técnica, talvez o filme não fosse tão bom. Mas Burton aborda, de forma bem sutil, mas sem subterfúgio, temas caros à criança como a perda do seu animal de estimação, o primeiro contato com a morte e a superação dessas duas coisas. Só acho que o filme acabou descambando pra um final extremamente otimista que rouba um pouco do seu brilho. Mas tudo bem, o cara quase acertou em cheio aqui. E ver os pais do garoto que resolve bancar o Frankenstein assistindo o clássico “Vampiro da Noite” (1958) teve um sabor agridoce aqui. 

4/5

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

[Cinema em Casa] BUSCA IMPLACÁVEL

(Taken, Pierre Morel, EUA/FRA, 2009)


Quando eu tinha mais ou menos 11 anos, estava andando em um shopping em São Paulo. Se me lembro acho que estava com meu irmão e um primo. E usava um boné do Boston Celtics, naquela fase da vida em que um pré-adolescente fica louco para usar coisas de times que diz torcer (mas não torce) e esquece pouco tempo depois. Pois bem, lembro que senti um moleque – creio de uns 16 anos – passar a mão pelo meu boné, arranca-lo e leva-lo. E este que vos escreve abriu o berreiro no meio do shopping para não ser acudido por ninguém enquanto o meliante saía fora... Voltamos para o carro e meu pai perguntou o que havia acontecido. Explicado e saindo do shopping nos demos de cara com o meliante. Meu pai desceu do carro, abordou o infeliz e antes que este se desse conta de com quem estava falando, meu pai tomou-lhe o meu boné e, da mesma forma furtiva, deixou o moleque falando sozinho.

Este evento, que eu já tinha esquecido há muito tempo, voltou como se tivesse acabado de ocorrer conforme eu ia assistindo este Busca Implacável. Liam Neeson faz o pai dedicado e zeloso, com fama de paranóico, que destrói meia Paris em busca de sua filha seqüestrada por canalhas que raptam estrangeiras para tráfico e prostituição de mulheres, determinado a fazer mingau dos mesmos. Durante os 93 minutos de projeção eu vi meu pai ali, que passaria por cima de tudo e de todos para proteger/defender sua cria.

Talvez seja por isso que o filme acabou emplacando com um sucesso cult, sendo uma versão atualizada – e melhor, do clássico Desejo Para Matar, onde Charles Bronson interpretava um Jason Voorhees com arma de fogo. Bryan Mills não é apenas um super agente aposentado, no melhor estilo James Bond. Ele é, acima de tudo, pai. E exercendo essa que talvez seja a melhor profissão de todas, o cara acaba se tornando um verdadeiro super-homem e precisa mesmo para que o expectador possa torcer com todas as forças por ele. E isso acontece de forma bem orgânica, sem forçação de barra. E essa pegada acabou pegando pesado... Quando se coloca o pai no meio, qualquer cineasta sabe que está mexendo com algo extremamente visceral na vida de qualquer um, inclusive eu.

Bola dentro de Luc Besson (autor do roteiro) e de Pierre Morel que se revelou uma grata surpresa aqui, mas logo depois mostrou com o quase horroroso Dupla Implacável que, no seu caso, um raio não cai duas vezes no mesmo lugar.

(visto em mkv)

4/5

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

[Cinema em Casa] A MORTE CONVIDA PARA DANÇAR

(Prom Night, Paul Lynch, 1980)



Sempre que eu assistia Pânico, naquela sequência da locadora, o personagem Randy citava este filme como exemplo de como poderíamos fazer para identificar o assassino. Pensei que o filme seria uma referência no gênero, ainda que não influente como Halloween ou Sexta-Feira 13. Ledo engano, pois mesmo a menor das expectativas são destruídas nesse slasher (slasher?) fraquíssimo de quem o Kevin Williamson chupinzou boa parte de seu genérico Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado, onde o diretor Paul Lynch (irmão do David?) arma um cenário de gore que nunca acontece de fato, sendo UMA ÚNICA cena a que vale o "espetáculo", a decapitação em uma cena chave. É tudo muito sem sal, faz os piores Sextas 13 parecerem ótimos em comparação. Até a Jamie Lee Curtis parece meio sem saber o que fazer aqui, mas nada supera o Leslie Nielsen, totalmente nada a ver como diretor da escola onde ocorre o "prom night" do título.

E, contrariando Randy, não, nem todo mundo é suspeito, embora o filme faça o possível para evitar o fator súbito do "whodunnit" que deixou o primeiro Sexta-Feira 13 meio manco. Contudo, a coisa é levada tanto na base do desleixo que fiquei indiferente o filme todo. Valeu pelo fator nostalgia e por perceber que mesmo abaixo da média, este A MORTE CONVIDA PRA DANÇAR ainda dá um banho num monte de filme de terror meleca feito hoje.

(visto em péssimo DVDrip)

2/5


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Usando o Facebook para a Glória de Deus



Por Filipe Machado
Ao iniciar este pequeno escrito, desde já preciso estabelecer o seguinte fato: todos os cristãos são obrigados a usar o Facebook para a glória de Deus. De minha parte não há receio algum quanto ao ser possivelmente taxado de “legalista” ou “moralista”, pois tenho a Escritura ao meu lado: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1Co 10.31).
Paulo não poderia ser mais claro: os cristãos devem fazer tudo, absolutamente tudo, para a glória de Deus. Isso implica em dizer que se fizermos qualquer coisa sem visar a Sua glória, estamos em pecado – “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4.17). Todavia, precisamos estabelecer alguns pontos sobre o que significa fazer tudo “tudo para glória de Deus”.
Em primeiro lugar, fazer tudo para a glória de Deus, é ter em mente que Ele é quem deve ser engrandecido e visto por todos, não nós. João o Batista nos traz cristalina evidencia deste nosso dever: “É necessário que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30).
Em segundo lugar, significa buscar fazer tudo e somente o que a Bíblia ordena que façamos. É impossível viver para a glória de Deus se tentarmos colocar nossas vontades e desejos acima da Escritura. Por meio de Moisés, o Senhor foi enfático ao afirmar: “Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás” (Dt 12.32).
Em terceiro lugar, se temos de fazer somente o que a Escritura ordena, então precisamos nos dedicar ao estudo da Lei de Deus. Paulo afirma categoricamente que a Lei de Deus é boa e necessária: “Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás” (Rm 7.7).
Em quarto lugar, é preciso ter o correto entendimento de que é um exercício muitas vezes doloroso, porque envolve a renúncia da carne e o matar do pecado. O apóstolo foi direto em dizer que todas as vezes, isto é, sempre, devemos trazer a morte de Cristo em nossas vidas, a fim de que morramos e Ele viva: “Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos” (2Co 4.10); “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20).
Desta forma, se patenteia que o cristão não deve, por exemplo, “postar”, “curtir” ou “compartilhar” qualquer coisa que contenha alguma coisa contra o senhorio de Cristo. Em caso prático, significa não fazer apologia a políticos que sejam contra a Palavra de Deus; não “curtir” fotos ou qualquer fato que incentive a carne ao pecado, como fotos sensuais ou de pessoas com pouca roupa (as vestes de praia se encaixam neste ponto), libertinagem, vandalismo; igualmente não se deve promover a luxúria com “compartilhamentos” que tendem a fazer o homem e a mulher amarem mais a este mundo que ao Senhor. Você, talvez, esteja se perguntando: “Mas qual a base bíblica para afirmar tal coisa?” “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8). Políticos contrários ao Senhor não são verdadeiros nem honestos; fotos com pessoas que mostram excessivamente seus corpos não são puras; vandalismo não é algo de boa fama; pode haver alguma virtude na luxúria?
Em grupos do Facebook, importa que não hajam discussões sobre pontos pacíficos sobre a sã doutrina, pois fazer o contrário, é contender inutilmente: “Como o soltar das águas é o início da contenda, assim, antes que sejas envolvido afasta-te da questão” (Pv 17.14). Sob hipótese alguma o crente deve xingar ou maldizer alguém. O cristão não deve ignorar as pessoas ou “detestar” outros irmãos em Cristo, pois isto é ferir o sexto mandamento “não matarás”: “Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele” (1Jo 3.15).
Também é preciso notar que o cristão não deve usar as mídias sociais para ficar bisbilhotando a vida alheia – quem faz isso se assemelha àquela atitude de Satanás: “Então o SENHOR disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela” (Jó 1.7). Além disso, suscita a inveja, orgulho, maldizeres e cobiça sobre o próximo, violando o décimo mandamento: “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo” (Êx 20.17).
O cristão também precisa cuidar para não passar tempo demais nas redes sociais, pois a Bíblia diz para aprendermos a aproveitar o tempo com coisas puras e necessárias: “Remindo o tempo; porquanto os dias são maus. Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor” (Ef 5.16-17). Lembre-se que na parábola dos trabalhadores da vinha, nosso Senhor Jesus Cristo assemelha o homem comum e envolto em pecado, àquele ocioso e que nada produz: “E, saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça” (Mt 20.3).
Use esta preciosa tecnologia para a todo o tempo falar do Senhor: “Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.2). Note que Paulo não diz que existem tempos que não são oportunos, afinal, toda ocasião é propícia para falar e testemunhar da verdade divina. Não se esqueça de que além de estudar arduamente a sã doutrina, você precisará estar apto para defendê-la pelo poder do Senhor: “Santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1Pe 3.15).
Tenha somente conversações santas, pois isto é agradável a Deus: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem” (Ef 4.29). Observe que a Bíblia é explicitamente incisiva: “mas só a que for boa para promover a edificação”. Com qual intuito? “para que dê graça aos que a ouvem”.
Portanto, se buscarmos pelo poder vivificador do Espírito Santo, praticar estas coisas, começaremos a entender o que é viver sob “a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2) e o mundo testificará de nosso amor por Cristo, ao ponto de dizer: “Para onde foi o teu amado, ó mais formosa entre as mulheres? Para onde se retirou o teu amado, para que o busquemos contigo?” (Ct 6.1).
Que Deus nos abençoe.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

[Cinema 2012]: 007 - OPERAÇÃO SKYFALL

(Skyfall, Sam Mendes, 2012)


Ainda estou tentando ver a coca toda vista pela crítica com o novo 007. Todo aquele lance de testar a lealdade do agente para com a sua chefe na verdade não passa de bobagem, já que a lealdade do herói nunca é de fato abalada. O filme ameaça lidar com algo gigante, de proporções globais – até porque o vilão é ninguém menos que Javier Bardem – mas na verdade tem uma trama bem simples de vingança. A motivação do vilão não é suficiente para o terror que este toca; dizia-se que coisas não muito boas do passado de M voltariam para assombrá-la e durante um tempo o filme dá esta impressão, mas não é nada disso...

Por outro lado, a melancolia permeia boa parte da projeção. Você sente que as coisas vão caminhar para uma tragédia – como de fato caminham mesmo, e mais uma vez o expectador vê algo na série que não é comum: Bond tem relativo sucesso em sua missão, mas com um preço muito alto. Tão alto que creio que ele fracassou, pois não conseguiu salvar quem prometeu proteger, da mesma forma que em Cassino Royale e, em menor grau, no estupendo 007 A Serviço Secreto de Sua Majestade (1969). E quando tudo caminha para aquele final trágico e arrepiante, quem conhece o personagem ou pelo menos o acompanhou nos últimos 3 filmes, sabe que é difícil segurar as lágrimas.

Sim, Skyfall é extremamente triste e fala de morte, derrota e fracasso durante todos os seus 145 minutos (enfatizados desde os créditos de abertura que já dão o tom do que se seguirá). Lembrei um pouco de Alien³ enquanto o assistia, vendo a relação de Bond com a M (mais uma vez interpretada com a nobreza e a grandeza da pequena grande Dama Judi Dench) se desenvolver num misto de relação chefe-subordinado com mãe-filho órfão que muito me agrada. E isso só é percebido se o expectador tem o background dos outros dois filmes estrelados pelo Daniel Craig.

Ainda é de se notar que, desta vez, a bondgirl não é uma beldade atlética que faz a plateia masculina suspirar, mas é a própria M que, perseguida implacavelmente pelo vilão, é protegida por 007 que passa por cima de tudo para salvá-la. E a excelente música tema interpretada pela Adele reforça isso, sendo uma espécie de declaração dela para ele, sugerindo que uma tragédia se avizinha. Neste sentido, Skyfall é mais pessoal do que Cassino Royale (e neste particular, penso que mais bem sucedido) e outros filmes em que o agente lidou com perdas significativas. Aqui, a perda é um pouco mais profunda,  mas que ainda assim faz parte da jornada de qualquer herói. Bond termina Skyfall como um agente pleno, alguém que na prática teve que lidar com o sucesso e com a perda em iguais proporções.

Repensando o filme agora, enquanto escrevo sobre ele, percebo que o mesmo vem crescendo um bocado no meu conceito. Não duvido que na revisada ele ganhe mais pontos. Por mim, Sam Mendes – que voltou à boa e velha forma depois de alguns filmes babacas, pode continuar a dirigir filmes do agente e Adele pode ficar pra sempre com as músicas-tema.

**visto em glorioso IMAX**

4/5