"Um blog que discorre sobre cristianismo, apologética, cinema e outros assuntos desinteressantes..."



sábado, 24 de dezembro de 2011

Sessão Cinema - Missão: Impossível 3


(Mission: Impossíble 3, J.J. Abrams, 2006)

Mantendo o padrão da franquia, este terceiro filme é comandado pelo novo nerd de Hollywood J.J. Abrams (que em 2011 lançou Super 8, filme que ainda não vi).

Talvez espelhando-se no plot de M:I-2, Abrams e sua trupe de roteiristas (Roberto Orci e Alex Kurtzman que, como Abrams, vieram de séries de TV como Lost) colocam o agente Ethan Hunt prestes a se casar com a bela Michelle Monaghan, só que ainda não revelou à sua amada o seu verdadeiro ganha-pão num lance meio True Lies. Contudo o dever o chama: ao resgatar uma agente capturada, Ethan bate de frente com um vilão casca grossa (Phillip Seymor Hoffman) que pode ou não estar sendo ajudado por agentes renegados do IMF.

Mantendo as seqüências de ação no mesmo patamar dos filmes anteriores, mas sem o balé de John Woo no segundo filme, Abrams promove uma nova e estonteante montanha russa só que mais seca e violenta, tudo explodindo em som digital para desespero dos ouvidos das esposas de caras fãs de cinema deste tipo, como eu. Contudo, Abrams e sua equipe de roteiristas correm tanto, mas taaaaaanto com a ação, que chega a determinado ponto que o desenvolvimento da trama é esmagado por causa das longas (e muitas) cenas de ação. Parece que O Senhor dos Anéis fez escola e discípulos: desde o longíquo 2001 percebo que os filmes de ação precisam de seqüências de ação não apenas extremamente elaboradas, mas também em maior número e longas. Resultado: com a duração cravada em 126 minutos, você chega aos 100 minutos já arregaçado de tanta ação, mas a história mesmo andou bem pouco e restando menos de meia hora pra acabar, o filme corre ainda mais, acabando de forma um pouco abrupta não respondendo algumas questões que a própria trama levanta. Soma-se a isso a insistência do Abrams e equipe em promover momentos engraçadinhos com o side kick da vez (interpretado aqui por Simon Pegg) e, principalmente, com um momento cheesy que quase estraga uma cena particularmente tensa no final.

Mas quer saber? Tudo isso é preciosismo da minha parte. O fato é que a série Missão Impossível nunca foi 100% perfeita e exigir perfeição deste que é o primeiro filme dirigido pelo J.J. Abrams é um pouco demais. Se bem que um nerd de responsa pensaria nesses pontos que levantei antes de tocar o projeto... Ou não...

(revisto em .mkv 720p)

4/5

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Sessão Cinema: Missão: Impossível 2


(Mission: Impossible 2, John Woo, EUA, 2000)

Sai DePalma, entra John Woo, o mestre dos filmes de ação importado de Hong Kong. Estiloso como só ele (como DePalma também é), Woo orquestra uma montanha russa alucinante com direito a todas as cenas de ação forçadas que o público merece (e deveria apreciar mais) ao som da batida rockeira da trilha sonora do quase onipresente Hans Zimmer.

A pegada de Hitchcock continua aqui com um McGuffin extremamente apropriado utilizado como pano de fundo para a trama onde o super agente Ethan Hunt (Tom Cruise) recruta uma ladra (Thandie Newton) para ajuda-lo a pegar um agente renegado da IMF contudo acaba se envolvendo com a garota o que, óbvio, vai complicar tudo mais pra diante. Apesar de empregar toda a sua técnica, Woo dá mais espaço para a história dos dois pombinhos se desenrolarem, o que pode gerar um link maior com o expectador do que o primeiro filme – que em termos de história, é extremamente frio e distante (característica do DePalma que, como cediço, não está nem aí para desenvolvimento de personagens ou história).

Totalmente diferente do filme anterior, M:I-2 acaba se tornando uma adição fabulosa à série, não necessariamente sendo melhor que a obra do DePalma, tampouco se mostrando inferior, apenas diferente e, mesmo assim, parte do mesmo universo.

(revisto em DVD)

4/5

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Sessão Cinema - Missão: Impossível

(Mission: Impossible, Brian De Palma, 1996)


Alfred Hitchcock assinaria tranqüilo as duas melhores seqüências deste filmaço: a invasão do QG da CIA e a seqüência final no túnel.

Às vésperas do lançamento do quarto filme da série, foi oportuno rever este excelente filme de espionagem bem típico dos primeiros Bond’s dos anos 60 resgatando um pouco daquele clima e meio antagônico ao que a platéia dos anos 90 estava acostumada (a platéia da década presente então nem se fala). Dirigido com a maestria habitual por De Palma, é um prato cheio para aqueles que curtem estilo. Para aqueles que curtem o desenvolvimento narrativo o filme tem vários tropeços, como, também, é habitual de De Palma que sempre preferiu construir algo de sensorial com sua filmografia do que necessariamente contar uma história no sentido clássico. Contudo, após anos sem ver o filme, confesso que esta revisada me deixou animado, pois o filme não me pareceu tão indecifrável quanto das outras vezes e fluiu muito bem, passando bem rápido. Aliás, achei até bem mastigado. Outro ponto de destaque aqui, sem dúvida, é o casting espetacular reunido pelo diretor o que dá ao filme um ar mais nobre que certamente não existiria com a ausência de feras como Vanessa Redgrave, Henry Czerny, Emmanuele Beart, Kristin Scott-Thomas e Jon Voight. 

(revisto em mkv 720p)

4/5

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Uma conversa entre Richard Dawkins e C. S. Lewis acerca de Jesus


Richard Dawkins (talvez o mais destacado militante do ateísmo na atualidade), apesar de considerar a fé em Deus um absurdo, não nega a existência de Jesus como personagem histórico, e recentemente fez a seguinte declaração: “Jesus foi um grande mestre moral. [...] Uma pessoa tão inteligente como Jesus teria sido ateu se soubesse o que sabemos hoje”.

Certamente, quem faz tal afirmação acerca de Jesus, ou desconhece suas declarações acerca de si mesmo, ou intencionalmente as descarta para fazer um discurso mais aceitável aos ouvintes.

Ao ler a declaração de Dawkins, lembrei de uma conhecida observação feita por C. S. Lewis, em seu livro Cristianismo Puro e Simples. Acredito que seja oportuno reproduzi-la aqui, pois consiste numa boa resposta à Dawkins. Poderíamos imaginar essa conversa.

“Estou tentando impedir que alguém repita a rematada tolice dita por muitos a seu respeito: “Estou disposto a aceitar Jesus como um grande mestre da moral, mas não aceito a sua afirmação de ser Deus”. Essa é a unica coisa que não devemos dizer. Um homem que fosse somente um homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande mestre da moral. Seria um lunático – no mesmo grau de alguém que pretendesse ser um ovo cozido – ou então o diabo em pessoa. Faça a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou não passa de um louco ou coisa pior. Você pode querer calá-lo por ser louco, pode cuspir nele e matá-lo como a um demônio; ou prosternar-se a seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas que ninguém venha, com paternal condescendência, dizer que ele não passava de um grande mestre humano. Ele não nos deixou essa opção, e não quis deixá-la”.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Sessão Cinema: Alien - O Oitavo Passageiro

(Alien, Ridley Scott, EUA, 1979)

"No espaço, ninguém poderá ouvir você gritar..." É isso que está escrito na tagline do poster oficial do filme aí em cima lançado nos cinemas no verão americano de 1979.

Mas na minha sala, sim, qualquer um podia ouvir o pessoal lá em casa gritar (cortesia do home theater e do Blu-ray). Da sessão "filmes que eu não canso nunca de rever", Alien é um exemplo do que eu chamo de "filme de terror de arte", a linguagem cinematográfica sendo utilizada (e de forma magistral, diga-se) para criar medo (e não necessariamente sustos, embora estes ocorram) não de uma forma apelativa - como muitos filmes hoje fazem - mas de maneira artística, parece algo em que alguém (no caso, Ridley Scott que depois deste filme e do igualmente maravilhoso Blade Runner pode fazer qualquer porcaria - como ele já fez e muitas) ficou trabalhando por muito tempo, anos e anos polindo e lapidando até chegar à perfeição.

Mas quer saber? Tudo isso é bobagem... Alien é apenas um filmaço feito com poucos recursos (hey, estamos falando de 1979) e que aposta na sua atmosfera claustrofóbica e extremamente sombria para fazer o expectador roer as unhas. E como todo filme desse gênero, merece ser assistido com platéia e, pessoalmente, gosto de observar a reação das pessoas. E ao rever o filme com a referida platéia, pude mais uma vez observar o poder de atração deste filme, já tão antigo e "datado" para a molecada de hoje que se vê obrigada a consumir tanta porcaria no cinema, salvando-se uma ou outra coisa. Ver que um filme de 32 anos cativa e prende a atenção da molecada cujos pais talvez nem fossem casados quando o filme foi lançado é um feito e tanto...

Mal posso esperar pra ver o que essa molecada de hoje vai achar da continuação que James "Avatar" Cameron dirigiu em 1986...

(revisto em Blu-ray)

5/5




segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Mais da metade dos pastores nunca leram a Bíblia inteira

Cerca de 50,68% dos pastores e líderes nunca leram a Bíblia Sagrada por inteira pelo menos uma vez. O resultado é fruto de uma pesquisa feita pelo atual editor e jornalista da Abba Press & Sociedade Bíblica Ibero-Americana Oswaldo Paião, com 1255 entrevistados de diversas denominações, sendo que 835 participaram de um painel de aprofundamento. O motivo é a "falta de tempo", apontaram os entrevistados.

Oswaldo conta que a pesquisa se deu através de uma amostragem confiável e que foi delimitada. Segundo ele a falta de tempo e ênfase na pregação expositiva são os principais impedimentos. "A falta de uma disciplina pessoal para determinar uma leitura sistemática, reflexiva e contínua das escrituras sagradas e pressão por parte do povo, que hoje em dia cobra por respostas rápidas, positivas e soluções instantâneas para problemas urgentes, sobretudo os ligados a finanças, saúde e vida sentimental", enumera Oswaldo.

A maioria dos pastores corre o dia todo para resolver os problemas práticos e urgentes dos membros de suas igrejas e os pessoais. Outros precisam complementar a renda familiar e acaba tendo outra atividade, fora a agenda lotada de compromisso. Os pastores da atualidade, em geral, segundo Paião, são mais temáticos, superficiais, carregam na retórica, usam (conscientemente ou não) elementos da neurolinguística, motivação coletiva, força do pensamento positivo e outras muletas didáticas e psicológicas. Oswaldo arrisca dizer que muitos "pastores precisam rever seus conceitos teológicos e eclesiológicos, sem falar de ética e moral, simplesmente ao ler com atenção e reflexão os livros de Romanos, Hebreus e Gálatas. E antes de ficarem tocando Shofar e criando misticismo, deveriam ler a Bíblia com toda a atenção, reverência e senso crítico".

Fonte: Creio.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Crente Pré-Pago

E se crente fosse celular...

CRENTE PRÉ-PAGO: só continua sendo crente se estiver sendo abençoado.

CRENTE TIM: é um crente sem fronteiras, não se importa com os limites estabelecidos para céu e inferno, geralmente, anda a beira do abismo e está com um pé na graça e outro no mundo.

CRENTE VIVO: é o crente de carne e osso, geralmente tem muito mais carne, e é tão vivo que está em todas, desde cultos a baladas.

CRENTE CLARO: é o crente que compartilha cada momento, compartilha todas as bênçãos, se comprou um carro, mesmo que 100% financiado, já posta a foto da “benção” no Facebook, esse crente não gosta de ser provado, então, quando a prova chega ele já avisa todo mundo e pede oração.

CRENTE OI: é o crente sem fidelidade, é o crente sem compromisso, não tem compromisso com sua denominação, doutrinas e nem mesmo com Cristo, por qualquer motivo ele faz portabilidade e migra para outra igreja.

CRENTE CONTROLE: que é aquele que já sabe quanto tempo vai gastar por mês se dedicando a sua vida espiritual, o tempo varia de acordo com a denominação, pois, cada uma tem um tempo de culto, geralmente, o fulano só vai à igreja uma vez por semana, domingos por exemplo.

CRENTE INFINITY: que é aquele que quer se aplicar pouco no início e depois ter benefícios ilimitados pra ficar a vontade o tempo que quiser.

CRENTE-ON: que é aquele quer ter benefícios exclusivos à sua disposição, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano, desde que isso não lhe custe nada.

CRENTE MEU JEITO: é aquele que serve a Deus como bem entende, vai na igreja quando quer, não liga para o que se ensina na igreja e diz que tem uma religiosidade independente de religiões.

CRENTE DIA: é mais crente durante o dia, geralmente tem bom testemunho no trabalho, mas a noite cai na farra.

CRENTE NOITE: é mais crente durante a noite, geralmente, durante os cultos, de dia faz fofoca, cobiça a mulher/homem alheio, fornica, adultera, mente, etc.

CRENTE ESCOLHA: é o crente que vive na dúvida entre ir para a igreja ou fazer outras atividades (ir numa festa, ver a novela, assistir o jogo de futebol, etc).

CRENTE ROAMING: tem dificuldades nas áreas que não são de sua cobertura, geralmente, só atua apenas nos limites dos muros da igreja.

CRENTE SEM SINAL: está sempre indisponível para qualquer atividade espiritual, ele sequer capta os ensinamentos passados em cima do púlpito.

CRENTE DESBLOQUEADO: é o crente de cabeça fraca e que está aberto a tudo, inclusive, pecar sem se culpar.

CRENTE BLOQUEADO: é o crente de cabeça fechada, somente sua igreja está certa, somente seus ministros pregam a verdade, eles jamais visita outras denominações.

E para finalizar, existe o CRENTE SEM CRÉDITO, não aplica nadinha, mas espera que sempre continue a receber, por conta disso, recebe o apelido de pai de santo.


Seja um CRENTE PÓS PAGO, ou seja, e não espere nada nesta vida, almeje ser galardoado quando Jesus voltar.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Sessão Cinema: Snatch - Porcos e Diamantes

(Snatch de Guy Ritchie, ING, 2000)  

Este é um daqueles filmes que enganam (muito) bem. Quem o vê pela primeira vez sem ter na bagagem dezenas e dezenas de filmes dos mais variados tipos, certamente vai acha-lo a coisa mais criativa desde... sei lá, desde que inventaram (se é que inventaram) a criatividade.

E eu, quando o vi pela primeira vez há mais de 10 anos tive a mesma impressão... “Guy Ritchie, esse cara vai chutar bundas”. Mas o tempo passou, Ritchie se casou com Madonna (e se separou depois) e só sei que ele emplacou um sucesso financeiro esses tempos com Sherlock Holmes (o qual eu não vi... ainda). E aí me deparo com o Blu-Ray deste aqui e a oportunidade de revê-lo, uma década depois.

E é impressionante como o tempo faz “estragos”, digamos... Fora o virtuosismo técnico e super-cool do diretor em narrar e montar seu filme, não sobra muita coisa sobre um bando de machos correndo atrás de um diamante de 84 quilates. E lá pelas tantas, Ritchie enfia uma espécie de revenge flick para terminar seu filme de uma forma que soasse mais palatável para o grande público e que resolvesse os arcos de determinados personagens.

Jason Statham, antes de se tornar o marombado herói dos filmes de ação da última década, é o fio condutor da história aqui. Ainda bem que o cara tem carisma e presença e graças a ele, a coisa não fica enfadonha, aliás, é pelas sacadas de sua narração, que o filme ganha certo relevo e interesse, ficando acima da média.

Mas no final mesmo, fica a impressão de que Snatch é de fato um exercício de estilo. Sim, um senhor exercício de estilo porque Ritchie parece entender do riscado, mas fica apenas nisso. Coisa pra adolescente de 16 anos ver e achar o máximo (o filme e ele mesmo por te-lo assistido). Com caras com mais de 30, o resultado será um bocado diferente... bom, pelo menos para aqueles que não ficaram com o cinema de Ritchie e de outros tantos cineastas “ishpertos” como referencia única do bom cinema.

É... filmes bons nem sempre precisam de arrombos de estética e edição.

4/5

(revisto em Blu-Ray)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Paul Washer: Um Evangelho Escandaloso



“Não me envergonho do Evangelho de Cristo,
pois é o poder de Deus para
salvação de todo
aquele que crê; primeiro do judeu, e também
do grego.” Romanos 1:16


Paulo, na carne, tinha razões para se envergonhar do Evangelho que pregava, porque contradizia tudo o que se cria ser verdadeiro e sagrado entre os seus contemporâneos. Para os judeus, o Evangelho era a pior blasfêmia porque reivindicava que o Nazareno que morreu amaldiçoado no Calvário era o Messias. Para os gregos, era o pior absurdo porque reivindicava que este Messias Judeu era Deus feito carne. Assim, Paulo sabia que quando abrisse a boca para falar o Evangelho, seria completamente rejeitado e ridicularizado, desprezado, a menos que o Espírito Santo interviesse e se movesse nos corações e mentes dos seus ouvintes. Nos nossos dias, o Evangelho primitivo não é menos ultrajante, pois ainda contradiz os princípios, ou os “-ismos”, da cultura contemporânea: o relativismo, o pluralismo e o humanismo.

NÃO É TUDO RELATIVO

Vivemos na era do Relativismo – um sistema de crenças baseado na absoluta certeza de que não há absolutos. Hipocritamente aplaudimos homens que buscam a verdade, mas executamos em praça pública qualquer um que seja arrogante o suficiente para acreditar que a encontrou. Vivemos numa era de trevas auto-impostas, e a razão disso acontecer é clara. O homem natural é uma criatura decaída, é moralmente corrupto, obstinado na sua autonomia (i.e.,no seu auto-governo). Odeia a Deus porque Ele é Justo, e odeia as Suas leis porque censuram e restringem a sua maldade. Ele odeia a verdade porque revela o que ele realmente é. Ele quase acaba com o que ainda permanece na sua consciência. Portanto, o homem decaído busca empurrar a verdade – especialmente a verdade sobre Deus – para o mais longe possível. Ele vai até onde for preciso para suprimir a verdade, mesmo a ponto de fingir que tal coisa não existe ou que, se existe, não pode ser conhecida nem ter alguma coisa a ver com as nossas vidas. Não é Deus que se esconde, é o homem. O problema não é o intelecto, é a vontade. Como um homem que esconde a sua cabeça na areia para evitar o ataque de um rinoceronte, o homem moderno nega a verdade de um Deus justo e os Seus absolutos morais, na esperança de silenciar a sua consciência e de esquecer o julgamento que ele sabe ser inevitável. O Evangelho cristão é um escândalo para o homem e para a sua cultura, porque faz a única coisa que ele mais quer evitar – desperta-o do seu auto-imposto “sono” para a realidade da sua situação decaída, da sua rebelião; chama-o à rejeição da sua autonomia e à submissão a Deus, através do arrependimento e fé em Jesus Cristo.

NÃO ESTÃO TODOS CORRETOS

Vivemos numa era de Pluralismo – um sistema de crenças que põe fim à verdade, declaran do que tudo é verdade, especialmente no que diz respeito à religião. Pode ser difícil para o cristão contemporâneo entender, mas os cristãos que viveram nos primeiros séculos da fé foram marcados e perseguidos como se fossem ateus. A cultura que os envolvia estava imersa em teísmo. O mundo estava cheio de imagens de deuses, a religião era um negócio crescente. Os homens não só toleravam os deuses uns dos outros, como também os trocavam e partilhavam. O mundo religioso ia muito bem até chegarem os cristãos e declararem que “deuses feitos com as mãos não são deuses.” Eles negaram aos Césares as honras que eles exigiam, recusaram dobrar os joelhos aos outros ditos “deuses”, e confessaram Jesus apenas como Senhor de tudo. O mundo inteiro assistiu boquiaberto a tal arrogância e reagiu com fúria contra a intolerável intolerância dos cristãos à tolerância.

Este mesmo cenário abunda no nosso mundo hoje em dia. Contra toda a lógica, dizem-nos que todas as posições em relação à religião e moralidade são verdadeiras, não importa quão radicalmente diferente se contraditórias possam ser. O aspecto mais espantoso de tudo isto é que, através dos incansáveis esforços da mídia e do mundo acadêmico, isto rapidamente se tornou a opinião da maioria. Contudo, o pluralismo não lida com o problema nem cura a maleita. Apenas anestesia o paciente para que já não sinta nem pense mais. O Evangelho é um escândalo porque despertao homem do seu sono e recusa-se a deixá-lo descansar numa base tão ilógica. Força-o a chegar a alguma conclusão – “Até quando vão coxear entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, sigam-no; mas se é Baal, sigam-no.”

O verdadeiro Evangelho é radicalmente exclusivo. Jesus não é “um” caminho, mas “o” caminho.3 E todos os outros caminhos não são o caminho. Se o cristianismo desse mais um pequeno passo que fosse no sentido de um ecumenicalismo mais tolerante, e trocasse o artigo definido “o” pelo artigo indefinido “um”, o escândalo desapareceria; o mundo e o cristianismo podiam ser amigos. Contudo, quando isto acontecer, o cristianismo deixou de ser cristianismo. Cristo é negado e o mundo fica sem Salvador.

O HOMEM NÃO É A MEDIDA

Vivemos numa era de Humanismo. Nas últimas décadas, o homem tem lutado para expurgar Deus da sua consciência e da sua cultura. Derrubou todos os altares visíveis ao “Único Deus Vivo” e ergueu monumentos para si mesmo, com o zelo de um religioso fanático.Fez de si próprio o centro, a medida e o fim de todas as coisas. Louva o seu mérito inato, exige honra à sua auto-estima e promove a sua auto-satisfação e auto-realização como o maior bem. Justifica a sua consciência culpada com os resquícios de uma antiquada religião de culpa. Procura livrar-se de qualquer responsabilidade pelo caos moral que o envolve, culpando a sociedade, ou pelo menos a parte da sociedade que ainda não atingiu o seu nível de entendimento. A mínima sugestão de que a sua consciência pudesse estar certa no seu testemunho contra ele, ou que ele pudesse ser responsável pelas quase infinitas doenças que há no mundo, é impensável. Por este motivo, o Evangelho é um escândalo para o homem decaído, pois expõe a sua ilusão acerca de si mesmo e convence-o da sua situação decaída e da sua culpa. Esta é, essencialmente, a “primeira ação” do Evangelho; é por isso que o mundo detesta tanto a pregação do verdadeiro Evangelho. Arruína a sua festa – estraga prazeres – destrói a sua fantasia e expõe que “o rei vai nu”.

As Escrituras reconhecem que o Evangelho de Jesus Cristo é uma “pedra de tropeço” e “loucura” para os homens, em todas as gerações e culturas. Contudo, tentar remover o escândalo da mensagem é invalidar a cruz de Cristo e o seu poder salvador. Temos que entender que o Evangelho não apenas é escandaloso, mas que é suposto que o seja! Através da loucura do Evangelho, Deus destruiu a sabedoria dos sábios, frustrou a inteligência das grandes mentes e abateu o orgulho de todos os homens, para que no fim nenhuma carne se possa gloriar na Sua presença, mas como está escrito: “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.”

O Evangelho de Paulo não só contradizia a religião, a filosofia e a cultura dos seus dias, mas declarava-lhes guerra. Recusava tréguas ou tratados com o mundo e satisfazia-se com nada menos do que absoluta rendição da cultura ao senhorio de Jesus Cristo. Fazemos bem em seguir o exemplo de Paulo. Temos que ser cuidadosos para evitar qualquer tentação de conformarmos o nosso Evangelho às modas de hoje ou aos desejos de homens carnais. Não temos o direito de deturpar, de suavizar a sua ofensa nem de civilizar as suas exigências radicais, para o tornarmos mais atraente a um mundo caído ou a carnais membros de igrejas. As nossas igrejas estão cheias de estratégias para serem mais “agradáveis”, pondo o Evangelho noutra embalagem, removendo a pedra de tropeço e amaciando o gume da espada, para ser mais aceitável aos homens carnais. Devemos ser sensível ao que busca, mas devemos perceber que: há só Um que busca e este é Deus. Se nos esforçamos para fazer nossas igrejas e mensagens confortáveis, façamos confortáveis para Ele. Se queremos erguer uma igreja ou ministério, vamos fazê-lo com uma paixão por glorificar a Deus e com um desejo de não ofender a Sua glória. Não importa o que o mundo vai pensar de nós! Não buscamos honras na terra, mas a honra do céu deve ser o nosso desejo.

Por Paul Washer | HeartCry Magazine Nov-Dez 2008, nº59, “Ascandalous Gospel”, usado com permissão.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sessão Cinema: Dupla Implacável


(From Paris With Love de Pierre Morel, EUA/FRA, 2010) 

Filminho extremamente derivativo que só não dá sono e vontade de arrebentar a TV porque o francês Pierre Morrell conduz a coisa de uma forma que dá pra levar. Ver um europeu emulando um jeito de fazer cinema tipicamente hollywoodiano rende algo no mínimo curioso e interessante e é o caso deste aqui, embora a trama seja de uma estupidez só, mais a ver com um Supercine da vida do que com um filme produzido pelo Luc Besson (se bem que.....). Até o título original “De Paris com Amor” cheira a produto tabajara – o melhor filme do agente 007 se chama “From Russia with Love” e graças a Deus nada tem a ver com isto aqui.

Destaque para John Travolta, péssimo no papel de Kung Fu Panda. Algumas cenas de ação bem orquestradas que ficam melhores com o volume no talo. Ainda bem que é curtinho (90 minutos) o que vai impedir uma síncope, mas não gaste seu dinheiro locando (muito menos comprando). Baixe direto.

Por outro lado, ouvi falar muito bem de Taken, filme anterior de Morrell, com o Liam Neeson. Espero que seja melhor que este aqui (o que não é difícil).  

3/5
(visto em Blu-Ray)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Nos cinemas: Capitão América

(Captain America, Joe Johnston, EUA, 2011)

É melhor que Thor no geral - inclusive no que se refere ao personagem principal e o ator que o interpreta, contudo, padece, como Thor, do fator "fast food" que apontei quando vi o filme do Kenneth Branagh. Sim, o visual retrô é ótimo; sim, é um filme novo com aparência de velho; sim, é a antítese, em partes, do blockbuster burro perpetrado por manés como Michael Bay e cia.; sim, Johnston entendeu a proposta de fazer um filme à moda antiga e nos privou de exposições dispensáveis de CGI em alguns momentos, como por exemplo, na transformação do magrelo Steve Rogers no bombado Steve Rogers - um diretor clipeiro certamente meteria um zoom na câmera e entraria nos músculos do herói mostrando a transformação do mesmo.

Porém, mesmo com esses predicados, o filme parece ter sido feito sob medida para ser apenas um set up de Os Vingadores - e o teaser após os créditos finais reforça essa impressão. Fica o gosto de que esses filmes como Thor, Capitão América, entre outros, são aperitivos para o prato principal. Já disse antes e repito: não gosto desse tipo de coisa. Filmes devem ser independentes, autônomos e não concebidos com o propósito de deixar pontas soltas para um projeto maior.

Tommy Lee Jones rouba a cena assim como Hugo Weaving, o camaleão que, a cada novo personagem que interpreta, se transforma. Cris Evans está bem no papel do protagonista, mas questiono se era mesmo o cara certo para o trampo. Enfim, mesmo com predicados dignos de nota, voltei para casa com o gosto e as consequências do Big Mac: sabor que leva ao êxtase, te deixa inflado e sua conta bancária mais triste. Depois, fica apenas o rombo na carteira causado pelo preço absurdo do ingresso. O gosto do Big Mac já ficou no passado, sendo substituído pelos prazeres de um alimento mais nutritivo e saudável.

3/5

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Teísmo Aberto e o problema do Mal


Por Leonardo Gonçalves
“Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas” Isaías 45.7
Quando falamos de teísmo aberto no Brasil, é importante mencionar que nem todo mundo que defende, ou que simplesmente crê nas suas doutrinas, se declara teísta aberto. Na verdade, a maioria das pessoas nem sabem o que isso significa. Muitas delas apenas estão buscando respostas para perguntas, tais como “por que há tanta dor e sofrimento no mundo?”, ou “por que coisas ruins acontecem à pessoas boas?” (esta última pergunta é o título do famoso livro do rabino Harold Krushner, um teísta aberto declarado e grande propagador destas doutrinas).

O sofrimento é uma coisa dura de digerir. Lidar com o sofrimento (o nosso e o alheio) é mesmo desconfortante. Falar de um Deus bom em tempos de catástrofes, terremotos, furacões e epidemias, é uma tarefa difícil. Porém, a teologia, a fim de ser bíblica, não pode estar baseada no que a gente pensa ou sente, mas naquilo que Deus diz. Como escrevi na época em que aconteceu aquele desabamento horrível em Teresópolis, “se a sua teologia muda de acordo com o que acontece no mundo, então ela não está baseada em Deus, mas no mundo”.

Assim, o que está em jogo aqui são as nossas convicções. Ora, quando somos confrontados com o mal, a dor, uma perda prematura, um grande sofrimento, traição, etc, nossa fé é posta à prova. E é isso que acontece todas as vezes que um grande mal acomete o nosso mundo: Somos tentados a questionar Deus, e até mesmo a duvidar dele. Outros, em meio a esse aparente paradoxo (a existência de um Deus bom que permite o mal, sendo capaz de usá-lo para obter um fim bom, redimindo a dor no Final), acabam criando outra espiritualidade e também outra divindade, cheia de amor, porém oca em poder. Dizem que Deus não tem nada a ver com terremotos ou tsunamis, e que na verdade ele foi pego de surpresa por tudo isso. É mais ou menos assim que surge o “teísmo aberto”.

Agora, pense um instante comigo: Tá bem que não podemos ser insensíveis e frios ao tratar o sofrimento das pessoas, mas “que direito tenho eu ou qualquer outra criatura de dizer que Deus não pode ter um propósito ao permitir o mal no mundo, e até mesmo usá-lo, com intuito de promover um bem maior?”. Por acaso não é a própria bíblia que declara que a “nossa leve e momentânea tribulação produz um peso excelente de glória?” (2Co 4.17), e que “todas as coisas (sim, TODAS as coisas!) cooperam para bem dos que amam a Deus, e que são chamados por seu decreto”? (Rm 8.28)

Sim, o mal existe no mundo, mas não está fora de controle. Deus, o Soberano do universo, é quem permite que o mal atue no mundo, e através da dor e do sofrimento, nos ensina preciosas lições. Se o escritor aos Hebreus diz que até mesmo Jesus “aprendeu por meio do sofrimento” (Hb 5.8), quanto mais nós, criaturas tão pequenas, acaso não podemos também aprender com a dor?

O sofrimento existe e opera em conformidade aos propósitos de Deus. Por experiência, podemos dizer que ele tem efeitos punitivos e pedagógicos. Punitivos, quando Deus se vale dele para disciplinar a nossa rebeldia. Pedagógicos, quando Deus o utiliza para ensinar lições. (Hb 12.6)

Amados, por pior que seja o sofrimento, sempre podemos aprender dele. Eu também fiquei chocado com o tsunami do Japão, me sensibilizei com as famílias de Teresópolis e chorei pelos pais dos meninos de Realengo. E em meio a tudo isso, aprendi: Aprendi que a vida é delicada, curta mesmo. Ali, em meio aquela catástrofe, pude perceber o quanto nós somos frágeis, vulneráveis. Aprendi a não presumir nada do dia de amanha, pois ele pode não chegar. E por último, aprendi que devo aproveitar ao máximo os meus dias e viver intensamente para a glória de Deus, para que no dia que a morte bater na minha porta – assim como bateu em centenas de portas no Japão, em Teresópolis, em Angra dos Reis e Realengo – eu possa dizer como Paulo: “combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé”.

E se você não consegue digerir a idéia de que até o mal está incluído na soberania de Deus e pode ser usado por ele para produzir um bem maior, raciocine comigo:

“Se a morte de Cristo (o maior crime da história da humanidade, a maior crueldade já idealizada pelos homens: assassinar o Filho de Deus) foi permitida por Deus, planejada por ele e redundou na maior bênçao da história do mundo… Sim, se a maior tragédia e vileza humana, a morte do Filho de Deus, foi revertida no maior beneficio já concedido à criatura pecadora… Então porque as nossas pequenas mazelas cotidianas não podem estar também incluídas no seu senhorio e ser usadas por ele a fim de produzir um bem maior?”

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Show tem que acabar

Por Samuel Torralbo

A simplicidade e a praticidade do Evangelho são eventualmente mal interpretadas por muitas pessoas, porque a alma humana é por natureza ritualista e mistificada.

O significado do alcance da graça de Deus em Cristo Jesus torna-se insuportavelmente divinos demais, pelo fato de abolir as barganhas, as performances e os rituais humanos. De modo que, na ausência de discernimento, sutilmente o culto que por direito pertenceria a Deus, torna-se de fato um culto a personalidade humana.

Não quero confundir excelência no culto (o que deve sempre ser buscado) com espetáculo religioso (que ovaciona o ego humano). De modo que, pelo fato, de Deus ser excelente, o culto deve ter no mínimo quatro aspectos em seu caráter:

1) Caráter espiritual: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” Jo 4.24

2) Caráter Organizacional: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.” ICo 14.40

3) Caráter Funcional: Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.”I Co 14.15

4) Caráter fundamental: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.” Col 3.16

Dentro desses princípios básicos de um culto a Deus, certamente muitas habilidades, dons e talentos serão perceptivos na congregação cristã, de modo que, é necessária a lembrança de outro principio que também abrange o culto – “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo…” Gl 6.14

Portanto, o culto apresentado a Deus que se manifesta na expressão do espírito em verdade, na exposição da palavra de Cristo, na ordem e na decência, no entendimento, nos cânticos e nos salmos, tem como único alvo a adoração a Deus e a edificação da Igreja de Cristo. Nisto, não existe espaço para a glorificação, exaltação, ou promoção de qualquer personalidade humana.

Porém, infelizmente, muita confusão existe por causa do desconhecimento bíblico do modelo de um autentico culto a Deus. E com isso, o culto passa a dar lugar ao show, entretenimento, espetáculo, e ambiências que descaracterizam o significado de um culto a Deus.

Observo que, o culto essencial a Deus precisa ser resgatado e mantido pela Igreja, enquanto que, o show religioso precisa acabar.

O show das performances humanas precisa acabar, para que, novamente o poder do Espírito Santo possa operar.

O show das palavras de motivação e autoajuda precisa acabar, para que, a palavra de Deus possa gerar arrependimento e mudança nos corações.

O show de lideranças amantes de si mesmas precisa acabar, para que, verdadeiramente pessoas venham ser conduzidas no Evangelho.

O show das experiências mistificadas e pagãs precisa acabar, para que, o Evangelho simples e puro venha transformar vidas.

O show da disputa de poderes institucionais religiosos precisa acabar, para que, a o poder do Evangelho seja a centralidade da vida cristã.

O show das teologias fundamentadas no materialismo e egoísmo precisa acabar, para que, a essência das escrituras possa ser desfrutada e vivenciada na pratica da vida.

O show precisa acabar… e o Evangelho de Cristo, precisa avançar!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Nos cinemas: Thor

(Thor, de Kenneth Branagh, EUA, 2011)

O filme é bacana e.... só. O Branagh se sai bem quando foca o conflito familiar aspirando seus filmes adaptados de Shakeaspeare, mas parece sucumbir ante à vontade da MARVEL de fazer deste filme algo maior do que é, o que também é uma contradição, já que toda a estrutura do filme denuncia um grande 1º ato de 114 minutos de algo maior que virá a seguir - como provam os créditos finais.

Também tem me enchido o saco uma sensação estranha e constante nesses últimos filmes de heróis (Homem de Ferro incluso) onde o fator "fast food movie" - filme de consumo até bom às vezes, porém rápido, esquecível - parece se impor sobre todo o conjunto, como se filmes, ainda mais sobre heróis de HQ, não fossem algo a ser saboreado com impacto permanente, que deixa uma marca em quem assiste (e aí vai o primeiro Superman, o primeiro Batman, os X-Men, até o Homem-Aranha), mas apenas e tão somente causar uma excelente porém efêmera impressão. É como comer um BigMac: enquanto você está comendo, é uma delícia. 2 horas depois vc nem lembra mais o gosto dele. Sinto que isso é péssimo e em 10 anos ninguém mais vai lembrar de Thor, Homem de Ferro, Capitão América e outros... Não desses filmes feitos agora, pq até lá, todos já terão sido refeitos. Pra mim isso é péssimo. E o pior: é como se eu sentisse que os filmes desses heróis feitos hoje já abrissem espaço para remakes e sequências sem fim. Não há mais lugar para obras marcantes que deixam seu rastro na história do cinema. Triste.

3/5

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Insatisfação: um bichinho que azucrina

 



Por Franklin Rosa



“Assim que, tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; porque, quem o fará voltar para ver o que será depois dele?” Eclesiastes cap. 3 vs. 22
 
 
O texto que lemos acima parece ser a resposta de quem encontrou a solução e explicação para o vazio que se sente quando não se sabe qual é o sentido da vida, mas na verdade, é o grito da alma que ainda clama por socorro em meio a crises de significado.
Dá pra conceber e conciliar, uma pessoa com um alto grau de realização pessoal como foi Salomão, com o sofrido enredo que agora sai das “penas” da sua angústia para as páginas da Escritura?!

Um cara bem sucedido financeiramente, arrojado politicamente, servido dos mais diversos amores, cercado pelos melhores prazeres que a vida podia lhe oferecer, reverenciado por seus pares e respeitado por seus díspares, herdeiro do monarca mais aclamado por toda nação, mas que numa viagem profunda de confronto entre suas realizações com suas percepções, chega a dolorosa e contraditória conclusão: “Vaidade de vaidades! diz o pregador, vaidade de vaidades! é tudo vaidade. Que vantagem tem o homem, de todo o seu trabalho que ele faz debaixo do sol?” Eclesiastes cap. 1 vs. 2 e 3

A alma humana parece mesmo ser irremediavelmente insaciável. Sempre na busca frenética e incessante de novidades que ocupem o lugar do que já se tornou obsoleto e antiquado, pela falta da sensação de: “Plenitude dos Sentidos”, um ídolo que ganhou altar de adoração no coração de tantos que em última análise, estão insatisfeitos consigo mesmo.

A insatisfação cronificada, asfixia e adoece o descontente que não consegue desfrutar do que já está posto como realidade, porque suas emoções estão inconscientemente frustradas pelas imcompletudes agregadas durante sua trajetória de vida.

O insatisfeito é escravizado pelo ciclo vicioso do queixume associado ao desgosto de desejos não realizados, ficando assim refém de um comportamento auto-destrutivo, que o limita a ter uma perspectiva amarga e sem brilho da vida, e de si próprio também.

Você já teve aquela estranha sensação de estar tudo bem em todas as áreas de sua vida, mas algo no seu íntimo dizer que ainda falta alguma coisa?

Pois é, muitos são os que não teriam razão alguma para se sentirem debitados e não recompensados pela vida, são pessoas que possuem um trabalho digno, uma família bem ajustada, uma casa razoável, um circulo de relacionamentos edificantes, no entanto são constantemente azucrinados pelo bichinho da insatisfação.

Não quero aqui entrar no mérito da discussão sobre “insatisfações legítimas” que são expressões do não conformismo com realidades injustas e não produtoras de tudo que é vida, e sim, trazer a tona a reflexão desse sentimento agonizante que incomoda e deforma o semblante do desgostoso, e que é subproduto de vãs aspirações do egocentrismo humano.

É por conta dessa fixação de futilidades que inocula o veneno da maldade, que neuroses, depressões, e vazios existenciais se instalam, e uma vez instalados geram todo tipo de desconstrução de valores que são bons e saudáveis para o espírito humano.

O que nos causa desconforto, é que buscamos motivações exteriores para nos sentirmos satisfeitos, e não nos damos conta ou nos esquecemos com extrema facilidade, que somos a imagem e semelhança do Criador e que, só encontraremos plenitude interior quando submetermos nossos sentimentos e projeções em um relacionamento de amizade, integridade e sub-missão à ELE!

Ao que me parece, Salomão depois de tanto divagar em suas meditações sobre o sentido de plenitude da vida divorciado da ótica Divina, felizmente chega a um porto seguro declarando o seguinte: “Lembra-te do teu Criador, nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos, dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento… De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever (e acrescentando eu: O PRAZER E SATISFAÇÃO) de todo o homem” Eclesiastes cap. 12 vs. 1 e 13.