"Um blog que discorre sobre cristianismo, apologética, cinema e outros assuntos desinteressantes..."



quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sessão Cinema: As Crônicas de Nárnia - A Viagem do Peregrino da Alvorada (Michael Apted) - 2010




Visualmente belíssimo, perfumaria 100%, mas a narrativa é uma confusão só. Não se sente a ameaça que se fez presente nos filmes anteriores, não há vilões a serem combatidos e todo o papo de "evitar tentações" fica apenas no superficial. E dá-lhe cópia de "Kraken" a certa altura. Sim, os insights bíblicos continuam, se fazendo mais enfáticos no terço final do filme, mas provavelmente só serão devidamente apreciados pelos iniciados o que, penso, não era a intenção dos realizadores. Se a franquia depende deste filme para uma sequência, esqueçam. Pelo menos não é longo e a parte estética compensa. O mais fraco da trinca. Visto em 2D.

3/5

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sessão Cinema: O Chamado (Gore Verbinski) - 2002


Eu sempre gostei deste aqui, mesmo quando vi o original japonês há uns dois anos. Há 7 anos atrás, lembro de ter achado o máximo, buscando respostas para coisas absurdas como "quem gravou a fita"... Contudo, nas revisões (sempre elas), eu percebia a quantidade de perguntas não respondidas pelo roteiro e agora não foi diferente. A impressão que passa é que jogaram um monte de informação na narrativa apenas para dar uma cara de "sofisticação" e "complexidade" ao remake, sem mencionar a tentativa de ficar exibindo elementos correlacionados com as imagens da fita apenas como que para dizer "olhem, isso aí apareceu na fita"... Totalmente desnecessário. Felizmente, Verbinski inspirado aqui, consegue contornar esses problemas na maioria das vezes criando uma atmosfera diferenciada para um filme de terror made in Hollywood onde mais interessa a investigação do porquê aquilo acontece ao invés de focar em situações em que aquilo acontece. Aliás, o filme acerta muito quando faz o oposto da exposição pela simples exposição, simplesmente mostrando objetos de cena que tem a ver com as imagens da fita agora totalmente contextualizados e de forma extremamente simples, sem alarde. Fotografia belíssima e trilha sonora do Zimmer excepcional completam o pacote.

4/5

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Série Estereótipos I - O aborrecente convencido


A série "estereótipos" tem por finalidade expor a igreja evangélica brasileira, em suas mais variadas formas, por um ângulo bem humorado, contudo, na maior parte das vezes, negativo.

A idéia não é minha, pertence a alguém bem mais inteligente que eu, Daniel Clós César, dono do blog "Anotações de um Cristão".

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O triplo desafio do evangelismo na pós-modernidade


Por Alan Capriles

"Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim." (Jesus Cristo - em João 14:6)

O ambiente social no qual vivemos é influenciado por três conceitos errôneos, que caracterizam a chamada pós-modernidade. Na realidade, tais conceitos perfazem o tripé sobre o qual nossa sociedade pós-moderna se baseia. São eles chamados de relativismo, pluralismo e humanismo.

Cada um destes “ismos” está presente no seu cotidiano, mesmo que você não se dê conta disso. Está presente nos relacionamentos, nas artes, no sistema de ensino, nas propagandas, nos jogos, nas músicas, nos filmes, na moda e em cada programa de televisão que assistimos. Estamos de tal forma cercados por tais conceitos, que já nos acostumamos com eles.

A maior prova de nossa desatenção é a influência que o relativismo, pluralismo e humanismo têm exercido na religião cristã. Estes conceitos errôneos da pós-modernidade não apenas afetaram o modo de se fazer culto, mas também distorceram as nossas bases teológicas, principalmente no ramo da cristologia e da soteriologia.

Estou certo de que enfrentar estes conceitos, que são contrários à fé cristã, representa nosso maior e mais urgente desafio. Precisamos analisar o quanto os conceitos da pós-modernidade têm afetado nosso ensino bíblico, nossa pregação do evangelho e, principalmente, nossa forma de se fazer evangelismo.

Não podemos negar que vivemos nesta época, chamada de pós-modernidade, mas é nosso dever, como discípulos de Cristo, rejeitar com veemência os conceitos equivocados que caracterizam o presente século e que estão contaminando a igreja do Senhor.

Relativismo

O relativismo consiste na certeza absoluta de que não existem certezas absolutas. Desta forma, todo ponto de vista seria válido, pois se altera de acordo com a época, o lugar, o grupo social e os indivíduos.

Apesar de ter se consolidado nas últimas décadas, o relativismo já era prenunciado desde o século 19, como nos versos do poeta espanhol Ramón de Campoamor:

E neste mundo traidor
nada é verdade nem mentira;
tudo depende da cor
do cristal com que se mira.

Este conceito de incertezas, no qual tudo depende do ponto de vista de cada um, ganhou ainda mais força no século 20, apoiado na teoria da relatividade, de Albert Einstein. A partir de 1919, com a confirmação de sua teoria, começou a circular a crença de que não havia mais absolutos: tempo e espaço, bem e mal, conhecimentos e valores – agora tudo era relativo.

Ora, se tudo é relativo, nossas crenças religiosas também devem ser relativas. Segundo este conceito, aquilo que não pode ser comprovado não pode ser ensinado. No relativismo, histórias bíblicas, tais como a criação, o dilúvio e a Torre de Babel, não podem ser mais interpretadas como história verídica, mas somente como ilustrações de cunho moral. Verdades eternas, tais como o céu e o inferno, não devem sequer ser mencionadas, pois não há espaço para tais crenças numa cultura relativista.

O resultado inevitável do relativismo é a idéia de que Jesus não seria “o” caminho, mas apenas “um” caminho, entre tantos outros. E muitos que se dizem cristãos já pensam exatamente assim.

Note como atualmente os crentes ensinam, pregam e evangelizam evitando enfatizar a Jesus como único caminho de salvação. O relativismo desta sociedade pós-moderna os intimida. Eles têm medo de parecerem ridículos ao falar do céu ou do inferno, e de serem tidos como intolerantes ao rejeitar outras crenças religiosas.

Nosso primeiro desafio é um retorno à ousada pregação de que Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens. (1Tm 2:5) Precisamos proclamar claramente que “em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4:12) O mundo necessita desta mensagem! Faz-se urgente que voltemos a pregar que só Jesus é a porta da salvação, que só ele é o caminho da vida eterna! (João 10:9; 14:6)

Pluralismo

O pluralismo é o conceito que tenta eliminar a verdade, ao aceitar tudo como verdade. É o reconhecimento passivo da diversidade, como tentativa de boa convivência social. Segundo o pluralismo, Jesus não seria “a” verdade, mas apenas “uma” verdade.

A influência do pluralismo na religião é uma conseqüência do chamado “pluralismo político”, que caracteriza a democracia moderna. Com a democratização das sociedades, que considera todos os sujeitos religiosos como legítimos, não é mais politicamente correto duvidar das crenças e valores de ninguém. Aliás, tornou-se até perigoso.

Por exemplo, pregações contra homossexualismo, prostituição e aborto são proibidas por lei em alguns países, nos quais estas práticas já foram legalizadas. Qualquer pessoa que se sinta ofendida com a verdade da palavra de Deus pode processar o pregador, pois ele questionou a “sua” verdade particular.

Em suma, pluralismo significa isto: jamais opor-se perante o pensamento contrário. Assim sendo, você pode até declarar a sua verdade, desde que não se oponha à minha verdade.

Perceba como o pluralismo está presente no ensino, na música, nas entrevistas, nos filmes, nas novelas, nos programas de auditório, nas propagandas, nos shows, e até nos diálogos mais informais.

Antigamente, se um cristão perguntasse a crença de outra pessoa e esta lhe dissesse “sou budista”, o crente tentaria lhe converter a Jesus Cristo. Mas hoje, intimidado pelo pluralismo da sociedade pós-moderna, o crente apenas comentaria: “Que bom! O importante é crer em Deus.” E pode ser que talvez, após ganhar a simpatia do budista, o crente se encoraje a lhe convidar para conhecer a sua igreja.

Se você não vê mal algum nesse tipo de evangelismo, certamente o conceito pluralista já lhe cegou para a urgente verdade da palavra de Deus. A terrível condenação que aguarda o homem que morre sem Cristo talvez não lhe diga mais nada. Provavelmente o seu raciocínio seja este: “Um Deus de amor não poderia excluir da salvação os não-cristãos pelo simples fato de não serem cristãos.” Pois esta frase é uma das máximas do pensamento pluralista. E muitos crentes perderam o ardor evangelístico e missionário porque foram envenenados por esta mentira.

Nosso segundo grande desafio é voltar a proclamar que Jesus Cristo é a revelação plena da verdade absoluta. Foi ele mesmo quem declarou: “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.” (Marcos 13:31)

Humanismo

A terceira característica desta sociedade pós-moderna é o humanismo: a crença que coloca o ser humano no topo de qualquer escala de valores, no centro de todas as coisas, e como finalidade para todas as causas. Segundo o humanismo, Cristo não seria mais o centro da vida, mas o próprio homem.

O humanismo não é uma novidade na história. Suas raízes remontam ao século 15, por ocasião do início do movimento renascentista na Europa. Mas a ideologia humanista, que exalta o homem e sua individualidade, está mais forte do que nunca.

Pode até parecer incrível, mas este humanismo anticristão é o conceito que mais tem influenciado a igreja, deturpado o evangelho e enganado os crentes.

A começar pelo evangelismo. Ao invés de uma exposição da verdade bíblica acerca da terrível condição e destino do homem sem Cristo, os evangelizadores pós-modernos preferem declarar: “Você é tão importante para Deus, que Cristo deu a sua vida por você!” Quando a verdade é o oposto disso: “Somos tão miseráveis pecadores, que Deus precisou enviar seu próprio filho para nos salvar, tão somente por sua graça, sem nada merecermos.”

Já não se fala mais em pecado, renúncia, regeneração, volta de Cristo, juízo final, céu, inferno – tudo isso foi riscado dos atuais métodos de evangelismo. Os pregadores evitam esses assuntos. O apelo pós-moderno não é mais por arrependimento de pecados, mas por aceitar a Jesus, como se ele precisasse de nós, e não o contrário.

Nossos cultos mais parecem um balcão de ofertas do que um serviço de adoração a Deus. O que você precisa? Se for de cura, venha na segunda-feira; causas impossíveis, na terça; vitória, na quarta; prosperidade, na quinta; libertação, na sexta; um novo amor, no sábado; restauração da família, no domingo. Você percebe? O culto não é mais para Deus, mas para o homem!

Nossas pregações já não enfatizam o senhorio soberano de Cristo, mas o apresentam como uma espécie de papai-noel, que tem por obrigação realizar nossos desejos. As mensagens atuais enfatizam mais o que Deus pode fazer por você, do que como Ele deseja que andemos. Há pregadores que ameaçam até rasgar suas bíblias se Deus não atender suas petições.

Os crentes pós-modernos não criam raízes em igreja alguma. Quando seus desejos demoram a se realizar, ou se o culto não está mais lhe satisfazendo, simplesmente trocam de igreja, em busca do próprio prazer. Atentos a este “mercado”, as igrejas pós-modernas disputam a “clientela”, prometendo bênçãos, facilidades e, muitas vezes, títulos e cargos, a fim de seduzir os egocêntricos.

As igrejas deste século mais se parecem com casas de show do que com aquilo que deveriam ser: casas de oração. O altar, por exemplo, se transformou em palco, no qual os crentes disputam aparecer, seja cantando ou dançando. O pastor pós-moderno mais parece um animador de auditório do que um líder espiritual. O tempo que deveria ser gasto fora das quatro paredes, com evangelismo e obras de caridade, agora é usado entre as quatro paredes, em prolongados ensaios para o próximo evento. E mal termina um evento, já precisamos nos preparar para o próximo! Afinal de contas, neste tempo de pós-modernidade, igreja boa é igreja que oferece bastante entretenimento, a fim de atrair uma sociedade fútil e descompromissada. Na pós-modernidade, o importante é encher a igreja, ainda que seja com bodes e não ovelhas.

Você já deve estar se perguntando como é que deixamos isto acontecer. A resposta é: “Não deixamos acontecer, já nascemos assim.” O ser humano já nasce egoísta e querendo ser o centro das atenções. O problema é que há milhares e milhares de crentes que não sepultaram o velho homem, com seus desejos egocêntricos. Continuam sendo egoístas e querendo aparecer. São crentes que precisam de conversão, a começar por muitos pastores. São pessoas que nunca nasceram de novo, apesar de terem largado vícios e viverem uma vida moral – padrão alcançado na prática de qualquer religião. Estão enganando e sendo enganados.

Se alguém acredita ser cristão sem ter morrido para si mesmo, a fim de viver para glória de Deus, simplesmente tal pessoa nunca se converteu realmente.

E este é o terceiro e maior desafio da evangelização na pós-modernidade: converter os próprios crentes ao senhorio de Cristo. Precisamos voltar a vivenciar e a pregar a razão da nossa própria existência, que é vivermos para a glória de Deus (Ef 1:12). Jesus Cristo não é algo que acrescentamos à nossa vida, ele é nada menos que toda a nossa vida (Cl 3:4).

A nossa vida é Cristo! (Gl 2:20) Somente o resgate desta verdade trará de volta uma igreja que exalte ao Senhor, uma pregação centrada em Cristo, um evangelho da salvação e um povo santo, adquirido para Deus, resgatado das trevas para sua maravilhosa luz.

Concluo minha análise com uma palavra de esperança. Nem tudo está perdido. Deus tem despertado seus servos em todas as partes da terra, nos convidando a um simples retorno a Jesus Cristo e ao seu evangelho. Portanto, não se intimide, nem se isole. Deus não lhe despertou por acaso. Não saia de sua igreja, mas proponha um santo jejum. Divulgue artigos como este, leve-os humildemente ao conhecimento dos pastores e proponha uma assembléia na igreja para se refletir sobre este assunto. Chega de somente criticar, precisamos agir, declarando corajosamente a todos quem é Jesus Cristo: o único Caminho, a plena Verdade e a perfeita Vida.

“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11:36)

Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2010/11/o-triplo-desafio-do-evangelismo-na-pos.html#ixzz166rHrx1A
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial Share Alike

sábado, 20 de novembro de 2010

Teologia do Deus imperfeito de Ed René, Ricardo Gondim e Elienai Cabral Jr.


Por Leonardo Gonçalves


DEUS DE TÃO PERFEITO conheceu a plenitude do tédio. De tão cercado pelo idêntico a si mesmo, incapaz de dizer por que hoje não é apenas um reflexo de ontem, sem jamais ter sonhado com um outro dia, enfadado com a previsibilidade de um mundo impecável, inventou o amor. Ou seria, preferiu amar?[..] Deus, que do absoluto fugiu em desespero, que inventara o imperfeito, imperfeito se fez. Inventou-se entre os incertos. Aperfeiçoou a imperfeição. Humanizou-se entre humanos. De tão impreciso, despido das forças do absoluto, igualmente inapreensível, excepcionalmente frágil, tão vivo e tão morto, descortinou o absoluto como quem desnuda o que é mau. Imperfeito, salvou-nos da perfeição.


(Elienai Cabral Jr.)


Existe neste país uma nova tendência teológica. Nada de novo, confesso, apenas mais do mesmo, importado e requentado no microondas da filosofia pós-modernista. Existencialistas de verve trágica, mais amigos de Sartre e Nietzsche do que Jesus de Nazaré, os novos teólogos brasileiros falam de teologia de modo muito apaixonado, mas parecem definitavemte ter saído dos trilhos. Afim de contextualizar com a geração emergente, estes pensadores repaginaram a fé, dando a ela um toque de relativismo e mística medieval, criando assim uma "outra espiritualidade", bem nos moldes daquela que Paulo condenou em Gálatas 1.8.

Bastante sutis, os arautos deste novo cristianismo conseguem cativar as mentes daqueles que estão enfadados com a igreja, e entre eles fazem escola. Na vanguarda da denúncia, os profetas da burguesia vão destilando toda sorte de impropérios contra os pregadores de prosperidade, carros e mansoes, e assim ganhando a simpatia daqueles que noutro tempo padeceram debaixo das garras malignas dos marajás do evangelho. Enquanto isso, tais como serpentes traiçoeiras, vão minando a base do cristianismo histórico, e roubando a glória e majestade que a Deus pertencem. No lugar do Onipotente, apresentam um deus fraquinho, raquítico. Um Deus imperfeito, ao invés daquele cuja essência é a perfeiçao. Definitivamente, uma outra espiritualidade.

No texto de Elienai Cabral, vemos o retrato de um Deus impotente, medíocre e pequeno. Em tese, o autor apresenta uma divindade oca, desprovida de glória e poder, constantemente desafiado por suas descapacidades e imperfeiçoes.

Negando a soberania de Deus sobre os assuntos humanos, a presciência dos fatos e a onipotência divina, a teologia dos "novos evangélicos" Ricardo Gondim, Ed René Kvitz e Elienai Cabral, simplesmente tiram Deus do cenário e introduz um ‘deus’ trapalhão e afeminado em seu lugar.

Não nego que os ensaios espiritualistas como este de Elienai podem parecer poeticamente atrativos, mas as heresias que recheiam suas linhas são extremamente nocivas, e precisam ser combatidas. Como calar-me diante de tamanha afronta? Não é a mim que eles diminuem e desprezam com seus conceitos relacionais, mas ao Soberano Senhor cuja glória enche a Terra. É o Deus vivo que está sendo reduzido, relativizado e transformado em um fracote que carece de tomar Biotônico Fontoura. Pobre deus; mal pode consigo mesmo!

Acerca dessa falsa teologia, Tomas C. Oden, em uma edição da revista americana Chistianity Today, declara:

“Conceber tal fantasia (um Deus finito e mutável) é incorrer em uma espécie de engano teológico cuja sutileza é maior do que se pode imaginar no que tange às explicações e conseqüências que tal conceito impõe à fé cristã”

Ora, meu amigo, o Deus da bíblia em nada se compara a essa pseudo-divindade humanista, e com o perdão da palavra, um deuzinho chulé, feito sob medida para filósofo ateu. O Deus bíblico é despótico, soberano, onipotente, onisciente, cheio de glória. Ele também é criador, sustentador, provedor e governador deste universo, e nenhuma coisa escapa ao seu absoluto controle; nem mesmo aquelas que as vezes não entendemos. Ele não se abriu a nenhum futuro desconhecido: Ele sabe o fim desde o começo e executa a sua vontade!

Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade. - Isaías 46.9-10

Louvado seja Cristo, o kyrios despotes – Soberano Senhor – aquele cujos projetos não falham, que vela pela sua palavra para que se cumpra. Este sim, é digno de toda honra e louvor. Um Deus em quem a gente pode confiar.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O ENEM Gospel


Por Fernando Galli




Já imaginou se fosse realizada em nossas igrejas uma avaliação de como anda o conhecimento bíblico do povo cristão, através de uma prova tipo ENEM? Pois bem! Então, após as correções, obtivéssemos as seguintes respostas:

1. Definição de Trindade
  • "Trindade é o ensino de que Deus é uma pessoa que sai três dentro dele".
  • "Ela ocorre quando Deus se manifesta como Pai, Filho e Espírito Santo".
2. O que ensina a doutrina das penas eternas?
  • "Penas eternas é quando os salvos de lá do céu sentirem penas eternas daqueles que perderam a salvação".
  • "Penas eternas só quem tem é a pomba que apareceu no batismo de Jesus".
3. Quem são os anjos e quais são as classes ou categorias de anjos?
  • "Os anjo são seres com asas, que moram no céu, e se devidem em: anjo quero-bem, anjo serafim, anjo-da-guarda e anjo de luz".
  • "Os anjos são criaturas maravilhosas, rápidos no agir e devagar no fugir."
  • "Os anjo se dividem em duas categorias: Os bãos e os ruim. Os bãos são o Gabriel, o Miguel e o Peniel. Os mau são Satanaiz, os demônios, como o Trancarrua, Zé Pilantra, Exú Boiadeiro, e hetecétira.
4. Como o pecado entrou no mundo?
  • "O pecado entrou no mundo através duma serpente, que fingiu ser gente".
  • "Discordo plenamente do meu colega ao lado, que acabou de escrever que foi através da maçã. Não foi maçã, mas foi outra fruta, chamada árvore do bão e do mau."
5. Quem escreveu o Livro de Apocalipse e para quem?
  • "O livro de Apocalipse foi escrito por João Batista, na ilha dos Plátanos, para todo aquele que tiver ouvido e ouva."
  • "Foi João, para as igreja da Házia menor."
  • "Não se recordo se foi Primeiro João, Segundo João ou Terceiro João. Foi um deles. E ele escreveu para umas igrejas que estavam dando poblema naquela época".
6. Defina Profecia.
  • "Profecia é a capacidade que os profeta tem de mesmo estando no passado falar do futuro."
  • "A profecia é uma declaração do profeta que deixa o povo esperando para ver se vai acontencer ou não."
7. O que você entende por calvinismo?
  • "Calvinismo é um problema que dá no coro cabeludo, deficiência esta que acaba resultando em careca".
  • "Calvinismo é quando Deus seleciona os que vão para o céu, e é o oposto do arminismo, que Deus seleciona os que vão para o inferno."
8. Por que Moisés não entrou na Terra Prometida?
  • "Porque ele bateu a vara dele com toda a força na rocha, saiu água demais e ele morreu afogado".
9. Qual o nome dos doze apóstolos?
  • "Se não me falha a memória, foram Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos, Pedro, Paulo, e Judas Iscarioca".
  • "Só me lembro de seis: Dois Tiagos, Bartolomeu, Pedro, Céfas e Simeão. Mas apóstolo e ganho que ninguém vai lembrar os doze".
10. Qual o nome que se dá aos evangelhos não reconhecidos pela Igreja como Inspirados?
  • "Evangelhos hipócritas".
  • "São chamados de Livro de Mórmon" e "evangelho segundo o Ispiritismo".
11. Quais são os ofícios de Cristo?
  • "Carpinteiro, e diga-se de passagem, um ótimo carpinteiro, melhor que o pai dele. E talvez soubesse fabricar vinho."
12. Quais as formas de governo utilizadas pelas igrejas cristãs?
  • "Ditadura nas A D, Patriarcal no G-12, papai e mamãe na Renascer, franquia na presbiteriana, imperial na episcopal, papal no catolicismo e anárquico nas batistas."
13. Quais são os atributos de Deus?
  • "Os que não pertencem a César."
  • "Os comunicavéis, como a fala, por exemplo, e os incomunicáveis, ou seja, que não podem ser comunicados".
14. O que você entende por Escatologia?
  • "Puxa vida! Eu tinha posto esta matéria como uma das últimas coisas a ser estudada, mas não tive tempo."
15. Defina expiação.
  • "Uma coisa muito feia que os curiosos fazem".
  • "Expiação é o que os expiões, como Josué e Calebre, fizeram, ao expionarem a terra de Caanã."
  • "Expiação foi o que Jesus fez na cruz: Expiou e entregou o espírito".
16. Qual o significado da palavra Gênesis?
  • "Para começo de conversa, Gênesis foi o escritor do Livro que leva o seu próprio nome. Mas o significado, em si, significa origem."
17. Onde Jesus foi batizado?
  • "Na água".
18. Que ato divino libertou os Israelitas dos 430 anos de escravidão no Egito?
  • "O Rei Faraó do Egito que governava a nação egípcia, saiu correndo atrás de Moisés. Moisés atravessou o Mar Vermelho em terra seca, mas quando Faraó pisou na areia, veio água prá tudo lado que nem o cavalo dele conseguiu sobreviver."
19. Como se deu a conversão de Saulo?
  • "O apóstolo Saulo estava indo para uma cidade, cujo nome não me lembro sei que é nome de fruta, quando derrepente uma lus brilhou no rosto dele. A voz disse: Saulo Saulo Saulo, de onde vens? E Saulo, já convertido respondeu: De percorrer a terra e de andar nela."
20. Escreva o que você sabe sobre Timóteo?
  • "Era filho de Volóide, cujo filho era Timóteo."
  • "Discípulo de Jesus que morou lá pelos lados da Grécia naqueles dias".
21. Que seitas judaicas havia nos dias de Jesus?
  • "Farizeus, sadomasoqueus, filesteus e os jamorreus".
22. Narre, em poucas palavras, o primeiro milagre de Jesus.
  • "Depois que acabou todo o vinho, que não tinha uma gota, ele multiplicou o vinho."
23. Quais foram as atitutes de Pedro que o qualificavam como homem de personalidade impetuosa?
  • "Quando ele viu Jesus chorando, gritou: "Lázaro, anda e levanta!"
  • "Ele cortou as duas orelhas que o soldado romano tinha".
  • "Pedro, na desfiguração de Jesus, quis subir no monte das oliveira para armar uma tenda para Jesus, Elias e Moisés".
  • "Ele disse a Jesus: Antes que o galo cante, eu não te negarei três vezes".
24. Como o Espírito Santo de Deus foi derramado no Pentecostes?
  • "De cima para baixo".
  • "Uns fogo apareceu nas cabeça dos dicipro, que começarum a falar em linguas, assim: Odecantalabaxurianéviamalafalhaasúbia."


O objetivo dessa matéria não foi brincar com a Palavra de Deus, mas criticar a falta de conhecimento daqueles que vivem rodopiando nas igrejas, acreditando nos embalos de sábado de manhã, que perdem o seu tempo com cultos a homens, em vez de usá-lo para crescer na fé.


Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2010/11/o-enem-gospel.html#ixzz14ybsBjUk
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial Share Alike

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A farsa profética de um paipóstolo

Por Nani



A carta é longa e como foi postada como uma imagem, não pude destacar os pontos mais controversos. Mesmo assim chamo a atenção para o sonho profético presente no penúltimo parágrafo (sem contar a despedida).
Antes de fazer meus questionamentos, quero relembrar com os leitores algumas falas de Renê Terra Nova. Fiz uma timeline dos acontecimentos envolvendo a campanha política empreendida pelo paipóstolo:





Lembrando que o candidato do PSDB não teve 45 milhões de votos, mas sim 43.711.388. Será que mesmo após a eleição, o paipóstolo continua soltando mensagem subliminar para o Serra?

Resumo da ópera: para salvaguardar o seu suposto dom de profecia após a derrota de seus candidatos (Marina no primeiro turno e Serra no segundo turno), Terra Nova disse que sabia dos resultados da eleição 1 semana antes do dia de votação (31/10). Essa nova carta nos remete a algumas perguntas:

  • se Terra Nova sabia dos planos de Deus para Dilma, por que fez propaganda para José Serra até o último momento? Ele não confia na direção de Deus para o nosso país?
  • por que o nome de Dilma nunca é mencionado nessa nova carta? Será que dá azar???
  • quem são os Profetas do Brasil que tomaram posse da nação com "essa senhora"?
  • por que guardar segredo de uma profecia tão importante para o país? Só os pastores de São Paulo e o Marcel são dignos de receber essa profecia?


Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2010/11/rene-terra-nova-quer-ser-messias-gizuz.html#comments#ixzz14jLbIwzA

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Seu Deus é carente de quê?


Por Hermes C. Fernandes

Um dos nomes pelos quais Deus Se apresenta nas Escrituras é El Shadday, que significa "O Auto-suficiente", isto é, "Aquele que de nada carece", ou ainda "Pleno em Si mesmo". Ora, se Ele não tem qualquer carência, por que exige que O amemos? E ainda, por que ordena que O adoremos?

Creio que nosso amor e nossa adoração não Lhe acrescentem nada. Ele é perfeito. Também não estamos servindo a um Deus que busque auto-afirmação, ou que Se contente em ser bajulado. Ele sabe exatamente quem Ele é. Então, por que Ele não ordenou apenas que amássemos aos nossos semelhantes? E por que o amor a Ele deve vir em primeiro lugar? Isso não demonstraria algum tipo de narcisismo divino? Algum capricho injustificável? Não! Não posso aceitar tal hipótese. Deve haver alguma razão plausível para isso.

Quando me apaixonei por minha esposa (já vai fazer 23 anos!), comecei a apreciar o que ela apreciava. Aos poucos, até meu gosto musical mudou. Quando amamos alguém de todo o nosso coração, passamos amar o que ele ama.

As Escrituras dizem que Deus ama a justiça e aborrece a iniqüidade (Is.61:8). E somente amando-O de todo o nosso coração, amaremos o que Ele ama, e detestaremos o que Ele detesta (Sl.97:10). Nosso coração passa a bater no compasso do coração de Deus. Não seria por isso mesmo que Davi era chamado de"Homem segundo o coração de Deus"?

E quanto à adoração? Por que devemos adorá-lO?

As mesmas Escrituras dizem que o adorador se torna semelhante ao seu ídolo (Sl.115:8). Basta verificar a tendência que nossos jovens têm de copiar seus ídolospop.

Toda adoração começa pela contemplação e admiração. Quanto mais contemplamos a beleza de Seu caráter santo e justo, mais O admiramos. E quanto mais O admiramos, mais O adoramos, e buscamos, ainda que inconscientemente, nos assemelhar a Ele.

E quanto o louvor? Há um distinção entre louvor e adoração. Nós O adoramos pelo que Ele é, e O louvamos pelo que Ele faz. Ora, Deus não carece de elogios. O próprio Jesus afirmou que não buscava glória dos homens. Então, por que devemos louvá-lO? Para que jamais nos esqueçamos de Suas obras, e assim, permaneçamos fiéis a Ele. O que Ele fez no passado não pode cair no esquecimento, mas deve ser constantemente relembrado através de louvores e ações de graça. Ao recordarmos Sua obra, despertamos em nós a esperança de um futuro promissor. Afinal, Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Há uma continuidade em Suas obras, pois visam a execução de um propósito muito mais abrangente, que culminará na restauração de todas as coisas.

Portanto, Ele não carece de ser amado. Porém, nós que precisamos amá-lO, a fim de aprendermos a amar a justiça, e tudo quanto Ele ama: nosso semelhante, nossos inimigos, e a criação como um todo. Ele não necessita ser adorado. Porém nós necessitamos adorá-lO, a fim de nos tornarmos semelhantes a Ele. Ele não necessita ser louvado, mas nós precisamos louvá-lO, a fim de não perdermos de vista Seus maravilhosos feitos, e Suas extraordinárias promessas.

Por isso, amemos, adoremos e louvemos ao nosso Deus, de todo o nosso coração, de todo nosso entendimento, e com todas as nossas forças.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sessão Cinema: Encurralado (Steven Spielberg, 1971)

Voltando um pouco aos filmes...

Representante comercial viaja com seu carro pelas estradas desérticas da Califórnia e topa com um caminhão tanque que resolve perseguí-lo sem razão aparente.

Com esse fiapo de história, Spielberg estréia na direção de cinema e faz sua primeira e melhor Obra Prima.

Estudo de suspense, toques de paranóia, tensão de roer as unhas, o clássico duelo homem x máquina... Hitchcock deve ter aplaudido de pé. Talvez o mais assustador neste filme, conforme as palavras do próprio Spielberg seja o lance de nunca mostrar o motorista do caminhão. Desta forma, toda e qualquer humanização ou explicação racional que possa existir para justificar o que está acontecendo cai por terra e sobra apenas o desconhecido, que gera aquele medo primitivo em qualquer ser humano médio.

Contudo, o que também impressiona é a capacidade de Spielberg de criar uma atmosfera tensa e angustiante durante os 90 minutos de projeção e não deixa a peteca cair em momento algum. Há de se considerar também que ser perseguido por um caminhão numa estrada deserta não é algo tão incomum havendo relatos de pessoas que dizem ter sido "pressionadas" durante parte de suas viagens por caminhões que pareciam guiar-se sozinhos, vivos, conscientes e com capacidade de passar por cima de quem estiver no caminho.

Nunca pensei que me seguraria na poltrona novamente depois de ter visto este filme tantas vezes nos últimos 13 anos (a primeira vez foi numa madrugada de sábado na Globo, lá por volta de 1996, quando a Globo ainda passava filmes bons na programação). Mas foi exatamente o que rolou aqui. Todo cinéfilo deveria ter este filme na coleção. E com som DTS ele fica ainda mais assustador.

5/5

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Seminário - 7ª Temporada

Há duas semanas teve início o sétimo e último semestre do seminário. Por 3 anos abdiquei das minhas tardes de sábado para me dedicar a algo que poucos cristãos fazem hoje: estudar a Bíblia e desvendar todas as nuances, peculiaridades e minúcias das Sagradas Escrituras.

Olhando em retrospecto, nem parece que se passou tanto tempo assim. Quando comecei, estava namorando há pouco mais de um ano; hoje já estou casado há quase um ano. Quando comecei, era apenas mais um crente novo na fé ansioso por entender os mecanismos da fé cristã e todas as implicações da mensagem da salvação; hoje tenho um conhecimento muito maior do que jamais esperei que teria; toda a bagagem de informação adquirida nestes 3 últimos anos só me aproximaram mais de Deus, mas ainda não consegui elencar todas as implicações da mensagem da salvação pq elas são vastas, quase infinitas e, nesta curta vida, com todas os seus compromissos e correrias, temo não conseguir fazê-lo, mas não me preocupa muito, pois o pouco que descobri já é tão impactante que demanda meditação de toda uma vida.

Houve alguns momentos em que pensei em jogar a toalha. Mas não desisti e continuei firme, apesar da correria, da pressão e das exigências inerentes ao curso. E foi com um bocado de tristeza que vi amigos meus começarem depois de mim e largarem os estudos no meio. Me faz pensar na importância que eles dão para as suas vidas espirituais, mas até aí, cada um reage às adversidades de acordo com suas habilidades.

Este semestre começou puxado. Ao contrário dos outros que tinham 4 matérias cada, cursarei 5 matérias, listadas abaixo:

Cristologia (Doutrina de Cristo)
Evangelismo - Teoria e Prática
Auto-Confrontação I
Síntese Bíblica do Antigo Testamento II
Pneumatologia (Doutrina do Espírito Santo)

As outras matérias já cursadas são as seguintes:

Bibliologia
Angelologia (Doutrina dos Anjos)
Síntese Bíblica do Antigo Testamento I
Síntese Bíblica do Novo Testamento
Seitas e Heresias
Missiologia (Doutrina de Missões)
Eclesiologia (Doutrina da Igreja)
Tabernáculo
Libras (Linguagem dos Sinais)
Teologia (Doutrina de Deus)
Escatologia Bíblica (Doutrina do Fim dos Tempos)
Hermenêutica Bíblica
Princípios Práticos para Vida Cristã
Geografia Bíblica do Antigo Testamento
Dispensações
Soteriologia (Doutrina da Salvação)
Hamartiologia (Doutrina do Pecado)
Tabernáculo
Auto-Confrontação II (Aconselhamento para Casais)
Temperamentos
Pedagogia da Escola Bíblica Dominical


Fazer seminário é investir em si mesmo. Quando comecei, achei que todo cristão que efetivamente serve a Deus deveria fazer isso. Hoje, às vésperas de me formar, tenho certeza.

E antes que me perguntem, já digo que NÃO, não me tornarei pastor (e nem quero ser um) e não tenho chamado ministerial pastoral. Deixo isso para os que tem os skills necessários. Definitivamente não é o meu caso.

terça-feira, 20 de julho de 2010

A mentira de que tudo é verdade.


Por Jorge Fernandes Isah



“Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade” [Jo 17.17]


Este versículo derruba qualquer expectativa dos pós-modernistas de santificação. Também lança por terra as esperanças dos relativistas. Dos liberais. Dos mentirosos, e, sobretudo, daqueles que amam a mentira. Não há possibilidade de santificação fora da verdade; e sendo a palavra de Deus a verdade, fora dela o homem permanece morto em seus delitos.


A Escritura desmente às afirmações e tendências teológicas modernas de que se é possível a salvação sem Cristo, sem a Palavra. Baseados no sentimentalismo suicida da alma natural ela crê não ser necessário nem um nem outro para se alcançar a intimidade com Deus. Na verdade, esse homem está depositando todas as suas fichas num prêmio que acredita ser capaz de obter por seus próprios meios, mas que o deixará exatamente no mesmo estado em que se encontra: condenado.


É interessante que as religiões, mesmo o “cristianismo” humanista, proclama que qualquer caminho pode levar a Deus. De que a importância está naquilo que o homem tem no seu íntimo, no seu desejo de encontrá-lo. Mais surpreendente ainda é que a cosmovisão desse mesmo homem o levará à destruição, pois o que há nele além do mal? “Porque não há retidão na boca deles; as suas entranhas são verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto” [Sl 5.9].


A falácia de que se o homem for sincero Deus se apiedará dele, não passa de uma desculpa esfarrapada para a autopreservação do pecado. Não há garantia de que a sinceridade na mentira produzirá a santidade. Pelo contrário, a santidade é possível apenas na verdade. E se não houver santificação, não há salvação. Por toda a Escritura este conceito está delineado, podendo ser resumido da seguinte forma: “Como está escrito: Sede santo, porque eu sou santo” [1Pe 1.16]; e, “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” [Hb 12.14]. Cristãos professos, mas que acreditam possível manter uma vida impiedosa, sem arrependimento, sem frutos para a glória de Deus, estão esquentando os bancos das igrejas, enganam-se a si mesmos, pois sobre eles permanece a ira do Senhor [Jo 3.36].


Igualmente, os que não crêem na Bíblia como a fidedigna palavra de Deus, considerando-a um livro moral como outro qualquer; ou aqueles que a interpretam equivocadamente [guiados por suas mentes carnais e não pelo Espírito]; ou os que a negligenciam, relativizam, duvidando de sua historicidade; em suma, os que não a têm por fiel, inerrante, infalível e, portanto, verdadeira, jamais verão a Deus. Podem ser sinceros o quanto for. Podem ser eruditos o quanto for. Podem apresentar as mais plausíveis e convincentes argumentações para desacreditá-la. Podem mesmo tê-la à cabeceira da cama como um adorno, como um amuleto, ou como um livro de “máximas humanas”; podem admirá-la, e considerá-la com respeito; porém, se não for a verdade absoluta, o próprio Deus falando com o seu povo, de nada servirá todo o seu esforço; porque está direcionado à mentira, à insensatez, de tal forma que manterá o pecado intocado, intacto, em seu efeito de produzir o homem morto para Deus.


Então, o ponto é: qualquer que seja o padrão da mentira, sua eficácia anula o conhecimento de Deus; e seus frutos permanecem latentes, à espera de se abrir as portas do Inferno.


Por isso, na oração, o Senhor não está a falar de todos os homens. O contexto de João 17 é delineado pelas palavras de Cristo: “para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste” [v.2]; “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste” [v.6]; “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus” [v.9]; “Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu” [v.12]; e outras citações mais no texto sagrado. O que se evidencia e se torna patente na intercessão de Jesus é que não está a pedir por todos os homens, mas o seu alvo é definido, claramente delimitado: os que foram predestinados eternamente para serem conforme a Sua imagem. O fato da oração acontecer imediatamente após falar com os discípulos [v.1], não deixa dúvidas de por quem pedia: os eleitos, os salvos.


Como os réprobos não podem e jamais poderão ser santificados [não depende deles, mas de Deus], ainda que ouvindo a palavra, o resultado será o oposto ao produzido nos eleitos: a rejeição à verdade. O Evangelho gera salvação no eleito, e condenação no réprobo porque a palavra “há de julgar no último dia” [Jo 12.48]. O fato é que, como verdade, ele condena a mentira; e todo aquele que não pratica a verdade, “não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas” [Jo 3.21], já está condenado.


Dizer que tudo é verdade, é mentira. Acreditar nela, levará a uma verdade: a morte eterna.


Não se pode esquecer que Cristo é a verdade [Jo 14.6], e também a palavra [1Jo 5.7]. Logo a santificação somente é possível por Ele. E qualquer que diga o contrário é mentiroso, ainda que sincero; porque a mentira sincera é a mais extrema manifestação de estupidez e ignorância.


Sem entrar em todos os pormenores envolvidos na santificação, o que o verso introdutório está a dizer é muito claro: ninguém pode ser santificado no engano, no erro, na falácia. Apenas a palavra de Deus é a verdade; e nela, o novo-homem, o eleito, será santificado, em obediência a ela.


Sem nos esquecer de que a salvação e a santidade foram determinadas na eternidade, e ambas acontecerão infalivelmente, aos eleitos, pelo poder de Deus.



E isto é a mais pura verdade.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Por que orar?
























Por Wagner Amaral


“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Filipenses 4.6-7).


Por que orar? Qual o sentido da oração, se esta é direcionada a um Deus que tudo sabe, plenamente? As Escrituras revelam que o Senhor, como Onipotente, Onipresente e Onisciente, conhece perfeitamente todas as coisas; inclusive a palavra que ainda não chegou à nossa língua; trazendo a implicação de seu conhecimento não somente das palavras a serem pronunciadas, mas também da motivação do indivíduo – “Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, Senhor, já a conheces toda” (Salmo 139.4).


Este soberano Deus não necessita do som de nossa fala para ouvir. Ele não carece das palavras para ter o entendimento. Ele não precisa do discurso para analisar. Ele tudo sabe, mesmo quando não há palavra alguma; pois, conhece e sonda o interior que dá vida ao exterior – “Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos” (Salmo 139.1-3). Como afirma através do profeta Jeremias, Ele esquadrinha o coração, e prova os pensamentos; para dar a cada um segundo o seu proceder (17.10).


É para este Deus que as exortações bíblicas, como a de Paulo aos filipenses, impele a dirigir as orações. Mas, qual a utilidade abrir o coração e esparramar as alegrias e as angústias se Ele já as conhece? E, pelo visto, melhor do que o próprio que lhe dirige as orações; afinal, ele conhece os segredos da alma; provavelmente, alguns que nem a própria pessoa organiza coerentemente. Então, por que orar?


Segundo a revelação do próprio Senhor, as orações não têm valor algum objetivo para Ele; mas sim para quem ora. As orações possuem um valor pedagógico para o indivíduo que se volta para Deus. Entendamos este valor:

(1) Ao orar a pessoa assume a existência de um Deus pessoal que está atento para sua realidade. A constância desta ação, inculca na mente Sua presença, levando a pessoa a sentir-se acompanhada.


(2) Além disso, ao orar a pessoa assume sua dependência do Criador. Na atitude de falar-lhe é como se dissesse: “Eu sei que o Senhor existe; e que posso contar contigo. Aliás, eu preciso do Senhor; de sua orientação, proteção, conforto. Sozinho, estou falido”. A prática da oração impulsiona a pessoa à disciplina da dependência; o que redundará em conhecimento, obediência, e bênçãos.


(3) Em tudo isso, a oração possui uma função terapêutica; pois, leva a pessoa a abrir-se; a colocar para fora aquilo que incomoda, que amedronta; e que, se guardado, poderia facilmente redundar em distúrbios emocionais, ou mesmo depressão. Toda esta possibilidade indesejável tende a conduzir à pessoa a escravidão da insegurança; além de torná-la dependente de produtos químicos, estando fadada ao fracasso.


Ao derramar-se diante do Deus pessoal; criador e sustentador do universo, inclusive de sua própria vida, a pessoa liberta-se da ansiedade de seu próprio controle. Por isso, Paulo afirma: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”. Assim, ao invés de desesperar-se, o que ora confia, sabendo que o que poderia incomodar está nas mãos do Poderoso. Diante disto, não há outro resultado se não que “a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”.


A oração faz sentido porque Deus a instituiu como meio de comunicação de nossa consciência com Ele. A oração é importantíssima porque a partir dela o Espírito do Senhor trabalha em nosso ser, guiando e confortando-nos para uma vida melhor.


Vale à pena orar!

Link: http://prwagner.wordpress.com/2010/06/23/por-que-orar-3/

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Deus Necrófilo!


Por Leonardo Gonçalves


Muitos de vocês já viram um morto. Não é uma visão aprazível. Por melhor que seja a maquiagem, por mais nova que seja a roupa, e por mais bem ornamentado que esteja o féretro, nada disso é capaz de disfarçar a morte. E ainda que você tenha amado muito a essa pessoa em vida, ninguém está disposto a levar o morto para casa. Em nossa cultura, não embalsamamos os mortos; nós os enterramos, e procedemos assim por entender que a carne humana inerte não vale nada. Depois de mortos, valemos menos que gado (ao menos a carne destes vale alguma coisa).



Ainda lembro da primeira vi o meu rosto através do espelho da graça de Deus. O toque do Espírito Santo no meu coração me fez ver pela primeira vez como eu realmente era (Jo 16.8). Ah... que visão horrível! O que eu contemplei não era um homem enfermo ou mesmo moribundo. Eu me vi morto (Ef 2.1)! O rosto pálido, sombrio. A tez sem vida. O corpo em decomposição, alastrando o cheiro podre da minha extenuação.



Há certas coisas em Deus que jamais vou entender. Nunca entenderei como ele pode oferecer o melhor que ele tinha a fim de redimir o que de pior havia. Realmente não sei o que levou o Filho de Deus a comprar uma legião de mortos, e ainda pagar tão caro! Você me dirá: certamente foi o seu amor, e eu te responderei que não se trata disso. Eu não duvido do amor de Deus; eu me assombro diante desse amor. Que amor é esse? Amor de um vivo por um morto? Como ele pode amar um morto?



E quanto vale um homem morto? Quem entre nós seria capaz de pagar um só centavo por um cadáver em estado de putrefação? Pois Cristo fez isso! Ele pagou o maior preço possível pela pior mercadoria que existe. Esse é o Deus que eu amo: ótimo amante, mas péssimo negociante...



Link: http://www.pulpitocristao.com/2010/06/deus-necrofilo.html

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Liberalismo: A pior enfermidade que pode acometer uma igreja!

Por Antonio C. Costa



O liberalismo é a pior enfermidade que pode acometer a vida de uma igreja. Não há paralelo na história do cristianismo para esse tipo de mal, capaz de descaracterizar por completo a fé cristã. Sem dúvida, é outra religião. Por onde passou, deixou rastro de devastação. Pelos frutos se conhece a árvore. Olhe para o cenário espiritual europeu.

Pode-se perceber que uma igreja se tornou liberal não apenas por aquilo que prega, mas também por aquilo que deixa de pregar. Pode acontecer de não se detectar faltas graves nos ensinamentos desses homens, porém, quem conhece teologia e teme a Deus, observará com clareza, que esses falsos profetas não pregam certas doutrinas -eminentemente cristãs e protestantes-, mas odiadas por eles.

No púlpito liberal, por exemplo, não se ouvirá nada sobre, inerrância e inspiração das Sagradas Escrituras; morte de Cristo como propiciação pelos nossos pecados; necessidade de arrependimento e fé no sacrifício de Cristo para a redenção do pecador; juízo final, como resposta inevitável da santidade divina ao desamor humano; igreja pura, que não negocia a verdade em nome do amor ecumênico. Interessante observar, que eles põe forte ênfase no compromisso social da igreja, mas pouco fazem. Na verdade, porque não crêem no que pregam. Seus cultos são bastante tradicionais, revelando um conservadorismo freudiano -verdadeira compensação para as inverdades que ensinam e pecados que praticam.

Há pastores sagazes o suficiente para saber que, se pregarem na igreja o que pregam na academia, morrerão de fome. Creio que, na maioria dos casos, esses homens estão em busca de uma teologia que justifique sua forma de viver. Há um forte componente sexual na elaboração desses sistemas teológicos, fidelíssimos ao racionalismo iluminista do século 19. Escravos de um universo intelectual socialmente construído, posto hoje em descrédito por uma nova linha de pensamento, que arrasou com alguns dos seus fundamentos, chamada de pós-modernidade.

O liberal tenta destruir o fundamento da esperança cristã. Um membro de igreja liberal, preso numa cama aguardando a morte, tem como fonte de consolação uma bíblia - segundo a teologia liberal, repleta de erros -, tornando-se entregue, portanto, ao arbítrio e desespero humanos, que faz o moribundo catar num mar de incertezas, umas poucas verdades, que talvez possam trazer sentido para o seu desespero.

Andar com Cristo é andar na luz e servir a um Deus que nos permite dizer: eu sei em quem tenho crido. Não vejo sentido em Deus contemplar o ser humano no seu desespero metafísico e moral, e lhe dar como resposta, um livro repleto de erros. É isso o que a teologia liberal ensina, e por isso deve ser reprovada por aqueles que crêem na veracidade de Deus.


Link: http://www.pulpitocristao.com/2010/06/liberalismo-pior-enfermidade-que-pode.html

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Reflexões...


Ontem concluí o curso de Escatologia Bíblica (Doutrina do Fim dos Tempos) junto aos adolescentes na EBD.

O curso durou pouco mais de 6 meses, aproximadamente e também ontem, num concurso bíblico que ocorreu durante o culto, os alunos deixaram seu professor orgulhoso pois acertaram 90% das questões que lhes foram perguntadas.

Lá atrás, achei que seria uma loucura ensinar escatologia para uma gurizada tão heterogênea em personalidades quanto nas suas idades (12-17 anos). Afinal, se termos como "amilenismo", "pré-tribulacionismo", "70 semanas de Daniel", "selos abertos", "falsa religião" já deixam adultos de cabelo em pé, que dirá aquela molecada...

Mas na verdade, o curso veio de um pedido deles. "Dani, ensina o que é tribulação pra gente"... E aí vc se pergunta: como montar um curso tão complexo quanto este para esse pessoal? Muita oração e preparação e pronto. Houveram alguns problemas (particularmente, achei que a aula que dei sobre o Anticristo foi péssima), mas no geral, pude perceber o interesse deles sendo demonstrado - e que aumentava conforme o assunto ia ficando cada vez mais complexo. E pude comprovar uma teoria minha que doutrinas bíblicas são assuntos interessantes para crentes de qualquer idade, de 8 a 80 anos. Se você, que é professor de EBD está percebendo que a sua classe está dispersa, não pense duas vezes: doutrina na moçada.

Também pude constatar o fascínio que é contribuir para uma consciência cristã mais crítica e mais centrada nas Escrituras. Em tempos como os nossos, onde os cristãos se deixam levar por todo vento de modismos e babaquices nas igrejas, poder ensinar doutrinas bíblicas para um grupo e testemunhar o crescimento espiritual deles por causa disso é motivo de regozijo... Glória a Ele, sim, Ele sem o qual eu jamais poderia ter ministrado o curso, nem escrevendo este post agora.

E o que vem depois de escatologia para a gurizada? Deus sabe... hehehehehe

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Cristianismo não vende ilusões

Por Gutierres Siqueira

"Se você quiser uma religião que te faça feliz, eu não recomendo o cristianismo” (C. S. Lewis)

“Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós” (Jesus Cristo, em Mateus 5.11)

O que eu mais amo no cristianismo é o seu senso de realidade. O cristianismo bíblico é coerente com a vida. Não se vende ilusões, fantasias e utopias. Não se vende felicidade dos contos de fadas. Ah, não existe “e todos viveram felizes para sempre” e muito menos a promessa de ausência do sofrimento físico, emocional e espiritual. Cristianismo não é autoajuda. Quem vende ausência de sofrimento certamente ignora o cristianismo. Deus cura? Sim, Ele cura. Mas na maioria das vezes isso não acontece. Deus nos livra de acidentes? Sim, é claro. Mas nem sempre. Deus me ajuda nos momentos de dificuldade? É claro que sim, mas se Ele ajuda é certo que a dificuldade virá primeiro.

Link: http://teologiapentecostal.blogspot.com/2010/06/cristianismo-nao-vende-ilusoes.html


Nota pessoal: não sou pentecostal e considero a maior parte de suas doutrinas como pensamentos anti-bíblicos, mas este texto escrito por um assembleiano é de uma clareza impressionante. Pena que a igreja evangélica de hoje não esteja mais interessada na verdade, apenas naquilo que pode auferir de vantagem e benefício para si mesma.

domingo, 6 de junho de 2010

Sessão Cinema: Robin Hood (Ridley Scott, 2010)




Visto. Não é a bomba que pintaram, mas é extremamente derivativo, genérico, sem vida. É um desses filmes que não ofendem ninguém, mas também não trazem nada que vc possa levar pra fora da sala de cinema.
Crowe repetindo seu Maximus, só que agora dando flechadas ao invés de espadadas. Cenas de ação bacanas, mas que também revelam um Ridley Scott cansado, que já deu o que tinha que dar no gênero épico. Por outro lado, é assistível e não cansa tanto assim apesar de seus 140 minutos. Créditos finais dignos de nota; o filme deveria ter sido feito inteiro assim. E acredito que pela primeira vez não sinto ódio nem amor por um filme, apenas profunda indiferença. Sensação engraçada...

3/5

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sessão Cinema: O Grande Truque (Christopher Nolan, 2006)


Que Batman que nada! A verdadeira obra prima do Nolan está nesta pequena jóia estrelada pelo próprio Batman (Christian Bale) e pelo Wolverine (Hugh Jackman). Os dois interpretam mágicos rivais, no final do século XIX que, na busca de superarem um ao outro, percorrem caminhos que, ao final, destruirão as suas vidas. A estrutura narrativa do filme não é linear e pode espantar aqueles que estão acostumados com filmes "receita-de-bolo-pronta". É um desses filmes que sobrevive a várias revisadas e é impressionante que sequer seja tão lembrado quanto os badalados Batman Begins e O Cavaleiro das Trevas, dirigidos por Nolan, respectivamente antes e depois deste O Grande Truque.

Já salivando pelo seu novo filme, Inception, que deve chegar aqui em julho.
Avaliação: 5/5

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Livro de Eli: A fronteira entre a defesa da fé e a violência religiosa



Por Leonardo Gonçalves



Finalmente pude assistir o tão comentado filme “O livro de Eli”, protagonizado por Denzel Washington. O roteiro acontece em algum ponto do futuro, provavelmente depois da terceira guerra mundial, quando grande parte da população da Terra morre e os que conseguiram escapar da destruição encontram-se na mais absoluta miséria. A única exceção: aqueles que possuem o monopólio da água, um dos bens mais preciosos do mundo “pós-fim”.

Depois de passar por uma experiência mística, o personagem Eli recebe do céu um exemplar da Bíblia, e junto com ele a missão de protegê-lo. Toda a trama do filme gira em torno disso: Um grupo com interesses de dominar o mundo tenta possuir o último exemplar do Livro Sagrado, e Eli, por sua vez, mata todos aqueles que considera inimigos da sua fé. Para proteger o livro de Deus, mata-se com espada, com revolver e metralhadora.

Acabo de ver um documentário no Discovery Channel, no qual é possível discernir o grau de tensão que impera nas ruas de Jerusalém. Religiosos islâmicos, cristãos e judeus habitam o mesmo perímetro urbano, no entanto, cada casta permanece incomunicável, trancafiada numa redoma de fé. Ao menor sinal de provocação, a violência pode implodir.

Um dos episódios mais escuros da história do cristianismo tem seu início entre 1088 e 1099, sob a liderança do Papa Urbano II. As cruzadas, movimento expansionista religioso, eram a versão cristã da Jhijad islâmica. Durante as investidas dos soldados da cruz, morreram muçulmanos, judeus e místicos de diferentes vertentes contemplativas. Morte em nome de Deus e do cristianismo.

A “santa” inquisição que oprimiu ciganos, esotéricos, judeus, negros, muçulmanos e até estudiosos e cientistas assassinou 9 milhões pessoas, perpetuando-se como o maior massacre de todos os tempos. Os protestantes, dissidentes da figura apóstata do catolicismo, também se deixaram influenciar pelo modelo constituído, e foi assim que Genebra, em apenas quatro anos, deu cabo à vida de 57 pessoas, todos acusados de heresia.

Os fatos narrados servem para ilustrar o quanto o protagonista do filme, embora muito diferente de Cristo, se assemelha aos cristãos. É claro que Jesus foi pacífico e pacificador, e jamais insinuou uma revolução pela força. Seu plano de dominação do mundo se daria através do amor: “Assim conhecerão que vocês são meus discípulos; se vos amarem uns aos outros” (João 13.35, paráfrase). Ele nos convidou a julgar e a discernir, mas jamais conclamou seus servos a matarem em seu nome. A fé cristã não deve produzir mortes, mas gerar vidas.

O Livro de Eli é um retrato do passado da nossa fé, e nos permite reavaliar o presente afim de não construir nossa defesa sobre o cimento do ódio e das vaidades pessoais. Penso que a análise do filme é válida para fazer-nos repensar nosso trabalho, nossa paixão e pregação, pois de outro modo corremos o risco de matar em nome da vida.

[Link: http://www.pulpitocristao.com/2010/06/o-livro-de-eli-fronteira-entre-defesa.html]

Nota pessoal: O Livro de Eli é uma grata surpresa. Em tempos onde Hollywood divulga em seus filmes idéias ateístas, visões escatológicas distorcidas, princípios da Nova Era, costumes religiosos com derivações de espiritismo e coisas do gênero, é refrescante ver um filme que traz as Escrituras como plot. Embora o cristianismo nunca tenha pregado a violência como meio para se resolver os problemas, contextualizando o filme para a realidade da igreja cristã de hoje, bem que eu gostaria, em defesa das Escrituras, de passar a espada em alguns canalhas que se dizem crentes, mas pervertem as verdades do Evangelho e arrastam consigo multidões de ignorantes - e alguns outros canalhas também.